Imagine que você está em uma loja e vê aquela linda orquídea. Após muito contemplar, não resiste, e a leva para casa. Duas semanas depois, a flor se vai. No dia seguinte, o vaso com a orquídea esta na lata do lixo.

Como assim lixo? Quem faria isso com uma orquídea? Pois é, muito ainda acham que orquídeas são plantas simples e que depois da flor ela simplesmente acaba. Já contei aqui no site de plantas que achei em latas de lixo (Paphiopedilum leeanum – o fruto de um resgate) e, por mais incrível que pareça, isto é muito comum.

As pessoas que fazem isto talvez não entendam a complexidade que envolve o cultivo de uma orquídea até o estágio em que ela esteja pronta para a venda. É bem diferente de outras plantas comerciais que, superficialmente falando, é plantar uma semente e esperar algumas semanas para a flor aparecer. Antes de mais nada, a semente da orquídea é uma coisa muito complicada e específica. Seu tamanho e características fazem com que ela necessite de condições muito específicas para que sejam capazes de brotar e se desenvolver, como visto no artigo “Orquídeas e seus frutos e sementes – não se deixe enganar!“. Na natureza, é necessária a presença de um fungo chamado micorriza de onde as sementes extraem seu alimento até que sejam capazes de realizar fotossíntese. Em laboratório, alguns compostos simulam este alimento e as sementes conseguem se desenvolver. E não é apenas isto, os passos seguintes são complexos e demorados, ilustrados no passo a passo abaixo:

orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (1)
Milhões de sementes de orquídea – recém saídas da cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (2)
Semeadura in vitro através de meio de cultura artificial
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (3)
Primeiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (4)
Segundo repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (5)
Terceiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (6)
Quarto repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (7)
Replante em bandejas – quando a muda atinge um tamanho satisfatório, ela pode ser movida para as bandejas
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (8)
Vaso pequeno – quando a orquídea atinge o tamanho e desenvolvimento ideal para ser movida isoladamente em um vaso
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (9)
Vaso médio – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (10)
Vaso definitivo – quando a muda atinge o tamanho de venda, é movida para o vaso definitivo
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (11)
Orquídea em flor
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (12)
Orquídea fecundada – gerando as sementes em sua cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (13)
Outras cápsulas de semente – Cymbidium

Quanto tempo todo este processo demora? Acredite ou não, no caso acima, a primeira flor chega lá pelos 4 ou 5 anos. Aqueles que descartam as orquídeas depois da florada realmente deveriam conhecer toda esta magia e compreender a complexidade e o investimento que é necessário para que a planta estive florida ali para deleite de todos.

Talvez eles valorizassem estas plantas como nós, você leitor e eu, valorizamos, ao ponto de conhecer mais, cultivá-las e dedicar nosso tempo e carinho para que elas estejam sempre floridas e bem cuidadas.

Referência

As fotos foram tiradas na última exposição da RF Orquídeas, em Campo Largo. O Rogério sempre coloca esta linha do tempo das orquídeas para os visitantes conhecerem e desta vez lembrei de fotografar e mostrar para vocês.

  • rforquideas.com.br

Abraços!

14 COMENTÁRIOS

  1. Ufa Luis…se não nos colocarmos numa situação de verdadeiros admiradores desta difícil tarefa (cultivar orquídeas), até “cansaria” “processar” mentalmente o quão demorado e delicado é o processo de “floração-fecundação-germinação-manejo-floração-fecundação” de uma orquídea! Um verdadeiro ciclo que nos permite repensar a importância de uma orquídea, seja ela qual for. Grande abraço e parabéns pelo post.

        • Concordo, mas pense que, para cada uma que você salva, milhares são jogadas no lixo. Tudo isso para, de vez em quando, acharmos uma por aí? Tenho dó da planta, prefiro que seja sempre bem cuidada, sem precisar passar pelo lixo de alguém.

          Este final de semana salvei mais uma, em uma floricultura. Se eles tratam suas plantas assim, imagine quem não conhece…

  2. Eu amo orquídeas nativas. Sou de SC tenho três espécies favoritas: Brasilidium gardneri, Baptistonia venusta e alatiglossum longipes. Eu estou reproduzindo elas . Encontrei elas em árvores caídas por tempestades na floresta.

    • Jefferson, lembre-se sempre de realocar algumas das plantas caídas em outras árvores. Assim o ambiente não fica sem. Já sobre a reprodução, isso é ótimo! Também é uma boa forma de recuperar locais prejudicados pela coleta ilegal.

  3. Olá tudo bem? Comprei muitas sementes de vários tipos e vou começar a ter muitas delas pois acho lindas são tipo bolinhas marrons bem pequenas engraçada comparação mas parecem chumbinho rs veneno p rato. Bom então uma dúvida nesta estufa do início a cumprida tem q colocar água algo dentro como faço pois estão chegando mas estão na gaveta podem me ajudar.

  4. Olá tudo bem? Comprei muitas sementes de vários tipos e vou começar a ter muitas delas, são tipo bolinhas marrons bem pequenas parecem chumbinho rs veneno p rato. Bom então uma dúvida nesta estufa do início a cumprida tem q colocar água algo dentro como faço pois estão chegando mas estão na gaveta podem me ajudar.

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