Neste segundo artigo da série sobre etimologia, pronúncia e nomenclatura das orquídeas, irei abordar aquilo que mais nos interessa: nomenclatura botânica.
Pois bem, a partir do momento que começamos uma coleção e a levamos a sério, a vontade de organizá-la é inerente. Dentre as várias formas de organização está a identificação correta da planta. Conhecer o nome correto de uma planta nos possibilita saber sua história, suas características e, principalmente, como cuidar dela.
Nomenclatura botânica
Como visto no primeiro artigo desta série, simplesmente não se escolhe um nome de uma orquídea no chutômetro. Derivada do latim ou grego, os nomes são assim construídos para que haja um padrão internacionalmente conhecido. Assim, uma Cattleya X aqui no Brasil será a mesma Cattleya X na Rússia, por exemplo. Isto não é exclusividade das orquídeas e sim de todas as espécies botânicas. Porém, como o foco aqui são as orquídeas, vamos nos ater a elas.
Na nomenclatura botânica, as orquídeas são divididas em espécies e híbridos. O nome deve obedecer à um critério rigoroso para que seja aceito mundialmente e tenha um registro guardado sem que sofra alterações. Para tal, dois órgãos são envolvidos em sua nomenclatura: Código Internacional e Nomenclatura Botânica e o Código Internacional de Nomenclatura para Plantas Cultivadas.
O nome científico de uma espécie é composto por dois nomes derivados do latim. O primeiro é o gênero ao qual a planta pertence, como por exemplo: Cattleya, Laelia ou Vanda. O segundo é o epíteto referente à qual espécie essa planta pertence dentro daquele gênero. Quando impresso, temos sempre o gênero escrito em maiúsculo e a espécie escrito em minúsculo e em itálico:
Exemplo: Cattleya labiata, onde “Cattleya” é o gênero e deve ser escrito em maiúsculo e “labiata” é a espécie, em minúsculo e itálico.
Obviamente a nomenclatura não para por aí. Muitas vezes as variedades de cultivo acabam por formar um terceiro elemento. Este elemento deve ser adicionado junto com a abreviação “var.”. Esta junção forma o nome varietal da planta. A abreviação “var.” deve ser escrita em minúsculo e o epíteto varietal em minúsculo e itálico.
Exemplo: Cattleya labiata var. rubra, onde “Cattleya” é o gênero e deve ser escrito em maiúsculo e “labiata” é a espécie, em minúsculo e itálico. Por fim, “rubra” é o epíteto varietal, escrito em minúsculo e itálico.
Por fim, sempre temos aquele cultivar diferente, uma variante natural ou uma procedência distinta. Uma forma de classificar esta variação é através da adição do epíteto cultivar. O epíteto cultivar seria o nome fantasia da planta, devendo ser escrito sempre em maiúsculo, na forma romana e entre aspas.
Exemplo: Cattleya labiata var. rubra “Schüller”, onde “Cattleya” é o gênero e deve ser escrito em maiúsculo e “labiata” é a espécie, em minúsculo e itálico. O epíteto “rubra” é o epíteto varietal, escrito em minúsculo e itálico. Já o epíteto “Schüller” é o epíteto cultivas, escrito em maiúsculo, na forma romana e entre aspas.
No próximo artigo mostrarei algumas etimologias específicas dos nomes das espécies das orquídeas.
Abraços!
Referências
- Questões práticas de nomenclaturas de Orquidáceas, José Gonzales Rapozo
- Dicionário etmológico das orquídeas do Brasil, José Gonzales Rapozo
- A etimologia a serviço dos orquidófilos, José Gonzales Rapozo
- www.damianus.bmd.br/CursoLabiata