É hora de começar mais uma série de artigos. Desta vez, vou falar sobre um assunto que gera bastante dúvidas nos orquidófilos iniciantes: a classificação das orquídeas de acordo com o seu habitat.
Neste artigo estarei focando as epífitas, mas falarei mais adiantes sobre as terrestres, rupícolas e saprófitas.
Epifitismo
Antes de mais nada, é necessário entender o que significa ser epífita. Muitos acreditam que as orquídeas são parasitas por estarem sobre outras
plantas, principalmente árvores. Não é bem o caso.
Segundo o Wikipedia, epífitas são, por etimologia, plantas sobre plantas, ou seja, plantas que vivem sobre outras plantas.
O epifitismo é algo comum nas florestas tropicais. A competição por um espaço onde um pouco de luz forneça o necessário para que a planta prospere é acirrada. E, como natureza é sábia, certas espécies são capazes de germinar em ambientes um pouco diferentes do habitual, como cascas de árvores ou outros objetos. Resumindo, é como uma seleção natural: as espécies que foram capazes de se adaptar e germinar nestes ambientes até então inóspitos conseguiram sobreviver.
As epífitas possuem sistemas complexos e específicos para absorver umidade do ar e extrair sua alimentação dos elementos que são depositados sobre si, resultando muitas vezes em plantas com necessidades específicas de umidade e de luz. Na maioria das vezes, vicejam sobre o tronco das árvores e dispõem de raízes superficiais que se espalham pela casca e absorvem a matéria orgânica ali presente em decomposição.
Aí vem a parte interessante.
Muitas vezes, as raízes das orquídeas são acompanhadas por um fungo microscópico conhecido como micorriza, que se encarrega de transformar a matéria orgânica morta em sais minerais, facilitando a sua absorção pela planta. Por outro lado, se as epífitas não conseguem absorver matéria prima da superfície da árvore, a planta pode utilizar seu hospedeiro como suporte para alcançar seu ambiente ideal na floresta. É quase uma escalada, por assim dizer.
O mais importante nisto tudo é saber que as epífitas jamais buscam alimento nos organismos hospedeiros. Suas raízes superficiais não absorvem a seiva da planta hospedeira, ou seja, não há qualquer relação de parasitismo. A presença de epífitas não prejudica a árvore onde elas vegetam.
No cultivo caseiro as coisas não são muito diferentes. Se você optar pode deixar suas orquídeas em árvores, deverá ter a certeza que o ambiente em torno desta árvore favorecerá o crescimento da planta. De nada adianta, por exemplo, você colocar uma orquídea em uma árvore ou toco ou casca e esperar que por si só ela evolua. Lembre-se que sua casa não é uma floresta tropical, logo, muitas variáveis para o desenvolvimento dela faltarão. O mais importante aqui é a regra de não matá-la de sede ou afogada. E não esquecer de outra coisa muito importante: que as raízes irão querer respirar.
Eis alguns exemplos de minha coleção:
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Abraços
Boa tarde.
Ganhei de um amigo uma orquidea! Mas ele me disse que era dendrobium de solo! Seus bulbos são idênticos a dendrobium mas são longos, cerca de 70cm. Dentro de vaso já com “terra”. Saberia me dizer o nome dessa orquidea? Telmo
Telmo, boa tarde!
Consegue me mandar uma foto dela? Sem ver a planta é complicado tentar identificar. Pode me mandar pelas redes sociais mesmo.
Abração
Ótimo texto pela sua simplicidade e clareza. Obrigada.
Escreva sobre as terrestres, por favor.
Maria, tudo bem?
Obrigado pelos elogios. Escrevi sobre as terrestres aqui: https://www.orquideas.eco.br/classificacao-das-orquideas-por-habitat-terrestres/
Abraços!