Estava passeando pelo quintal estes dias e olhei para meu limoeiro. Lá estava ela, a Phymatidium delicatulum, diminuta, quase imperceptível.
Mas florida.
Três pequenas flores de uma orquídea que é tão difícil de manter. E ela estava lá, sem ninguém ter a colocado ali. Coisas da natureza. Em condições supostamente adversas àquelas que deveriam ser pertinentes ao seu cultivo.
Às vezes a natureza é mais que surpreendente, é espetacular!
Ficha da planta – Phymatidium delicatulum
Conhecida como: Phymatidium delicatulum Lindl. 1833; Sinônimos: Phymatidium myrtophilum Barb.Rodr. 1881; Phymatidium paranaense Samp. 1916; Origem: Sul e sudeste do Brasil – entre 150 e 1500 metros de altitude; Planta: Epífita, 2~3 centímetros; Flor: 0,5 centímetros; Época de floração: primavera e outono; Longevidade das flores: 15~20 dias; Fragrância: sim, mel; Luminosidade: baixa; Umidade: moderada; Temperatura: média; Dificuldade de cultivo: alta.
Com o site de cara nova, nada mais justo que começar uma nova série de postagens com a Cattleychea Siam Jade, aproveitando a beleza das orquídeas que florescem nesta época.
A primeira é este maravilhoso híbrido chamado Cattleychea Siam Jade. Conhecida até então como Epicattleya Siam Jade, esta planta é dotada de uma coloração fora do comum, visto que dificilmente vemos uma combinação de verde com branco de uma forma tão destacada e definida.
Esta planta está há uns dois anos comigo. Passou pelo período das geadas de 2013 e agora está voltando a crescer com vitalidade. Era para ter saído mais flores, mas meu orquidário no meio das árvores fornece uma gama muito grande de bichinhos que adoram se deliciar com minhas plantas. Felizmente consegui salvar um botão.
Genealogia
Aproveitando o trabalho do meu amigo Thiago Wolf, que adora fazer árvores genealógicas de híbridos (ainda acho que ele tem aquele software caro da AOS), eis a genealogia desta planta, cujo pais são Cattleya Penny Kuroda e Cattleychea Vienna Woods:
Algum tempo atrás eu ganhei um Catasetum, não sabia de que espécie se tratava, mas notava nele algumas características distintas, daquelas que via em outros, dos meus catasetums. Quando o recebi possuía de 2 a 3 pequenos bulbos, que foram se desenvolvendo e produzindo vários outros bulbos, de dimensões estonteantes. Como antes falava em características distintas, uma delas é que os bulbos, ao atingirem certo tamanho se inclinam novamente para baixo, é como se formassem alguns arcos compostos por bulbos e folhas longas, sinuosas e apenas verde (vários tons de verde). Posteriormente, após a floração, eis as revelações…
Após o aparecimento da primeira haste no fim de fevereiro deste ano, até a formação dos botões, em fins do seguinte mês, bem como depois da abertura das primeiras flores, em meados de abril, obtivemos a confirmação da sua espécie, tratava-se então, do fascinante Catasetum uncatum; o fato de vir, numa primeira florada, com flores masculinas, ajudou demais a reconhecermos a espécie (em Catasetums, as flores masculinas são como identidades para cada um deles), depois, tivemos uma sucessão de hastes, alternadas entre as flores masculinas e as flores femininas. A perseverança vem do fato de que este uncatum parece incansável até que consiga uma polinização. Será que ela ocorrerá?
O Catasetum uncatum é uma “espécie nativa e endêmica do Brasil (…), encontrada no que ainda resta de Mata Atlântica. Epífita de flores verdes, de forte odor de cânfora, haste pendente de 25 a 60 cm de comprimento com flores esparsas observadas no mês de junho e pseudobulbos curvados para baixo (…). Folhas grandes e pintalgadas de 30 a 40 cm. Como outros Catasetums, deve ser cultivado com bastante luminosidade e evitar regar em época de dormência quando perde as folhas (…)[i]”. Os “pseudobulbos são fusiformes e alongados, com 25 cm de altura (…). Flor de 8 cm de diâmetro, com pétalas e sépalas verdes, densamente pintalgadas de púrpura. Labelo carnoso, de cor verde, com bordas púrpuras. Floresce no verão[ii]”.
Antes que as flores da primeira haste terminassem, já existia outra haste em formação. No início de maio havia a seguinte situação: a primeira haste sem flores e a segunda com flores, desta feita, femininas. As flores femininas duraram mais e ficaram ativas até a primeira quinzena de julho, quando já havia outra haste em meia altura, desta vez novamente com flores masculinas, que duraram até o começo de agosto; neste mesmo mês havia outra pequena haste em formação, com flores femininas. Acreditamos que em condições naturais esses Catasetums alteram suas floradas sequenciais, entre flores masculinas e flores femininas, com o intuito de terem flores polinizadas, por outros Catasetums da mesma espécie, que também floresçam nas proximidades.
E então, finalizando este longo texto, podemos sintetizar que a florada deu-se desde fevereiro até setembro deste ano, alternando-se entre as flores masculinas e as femininas (sendo as masculinas a maioria, já que tivemos 3 hastes com flores masculinas e 2 com femininas) e somaram pouco mais de 80 flores, muito belas e de agradável perfume, durante todo o dia.
Solenidium lunatum (lunatus: com formato crescente) é uma orquídea epífita, de crescimento simpódico. “O gênero Solenidium proposto por John Lindley em 1846, o mesmo possui 03 espécies aceitas. Era anteriormente incluído no gênero Oncidium (…). Encontrado em toda a América tropical, apesar de sua ampla distribuição não é considerado planta de fácil cultivo, sendo rara sua aparição em exposições (…)[1]”.
Observação endógena: contrariando a expressão “não é considerada planta de fácil cultivo”, ela tem se desenvolvido muito bem, sinal disto é a bela florada que produziu 46 flores, em 3 hastes bem desenvolvidas. Desde que eu a adquiri, em junho de 2013 (advinda de Roraima) coloquei-a fixada numa árvore (numa situação que reproduz um pouco a natureza).
Os primeiros sinais das hastes florais deram-se por volta de junho deste ano (isto é, 1 anos após a aquisição); as primeiras flores começaram a abrir por volta de meados de julho e ainda perduram até o momento. Sem dúvida se trata de uma orquídea de rara beleza, é só observar os detalhes de cada flor, bem como o belo conjunto de ramalhetes.
“As flores são pequenas. As sépalas e pétalas são livres, possuem pintas castanhas (…). O labelo séssil, plano e simples, na base, alargado, apresenta lamelas paralelas com 2 pequenos cornos erguidos em cuja extremidade, bem como a parte anterior e interna das carenas, são pubérulos e percorrem toda parte mediana do istmo do labelo, o qual então termina em lâmina bastante mais ampla. A coluna possui 2 asas basais e extremidade denteada parcialmente projetando-se sobre a antera e contém 2 polínias [2]”.
Devagarzinho estou voltando a escrever sobre as minhas plantas e a de hoje é esta Mycaranthes stricta.
Reflexo do frio de 2013, muita coisa aqui em casa não floriu. Só agora minhas plantas estão recuperadas e começam a aparentar alguma vontade de florir. Como estou com equipamento fotográfico novo, agora é a hora de voltar com tudo a encher esta página de fotos e informações. Vou começar esta nova temporada com uma que comprei em uma exposição aqui da região metropolitana, a Mycaranthes stricta – ou Eria stricta, como queira.
O que me chama a atenção nesta planta é a sua sustentabilidade. Cachos firmes com dezenas de micro flores, sempre apontando para o alto. Olhando nas fotos mais próximas é possível notar que ela possui uma leve penugem, o que para mim dá aquele charme especial. Além disto, sua forma e cores fazem desta orquídea uma planta muito bela e interessante em qualquer coleção.
Ficha da planta – Mycaranthes stricta
Conhecida como: Eria stricta Lindl. 1821 SECTION Hymenaria Lindley; Sinônimos: Eria secundiflora Griff. 1851; Mycaranthes stricta (Lindl.) Lindl. 1830; Octomeria secunda Wall. ex Lindl. 1830; Pinalia stricta (Lindl.) Kuntze 1891; Origem: Nepal, Índia, Myanmar, Tailândia e China – entre 300 e 1900 metros de altitude; Planta: Epífita, 20 centímetros; Flor: 2~4 milímetros; Época de floração: outono, primavera; Fragrância: não; Luminosidade: baixa; Umidade: média; Temperatura: alta; Dificuldade de cultivo: médio.
Como alguns de vocês sabem, há dois anos achei um vaso com uma orquídea jogado no lixo de uma casa aqui perto.
Com dó, trouxe a planta para casa – bastante debilitada – e comecei a cuidar para que ela tivesse uma nova chance de vida.
Dois anos depois, ela já está forte o suficiente para soltar três flores e agradecer pelos cuidados recebidos. Quem sabe ano que vem ela vem com mais.
Infelizmente, as pessoas com menos informação acham que orquídeas são parasitas que, assim que acaba a florada, podem ser jogadas fora. Ledo engano, nossas orquídeas são muito mais que isto.
Bom, que eu continue a achar vasos por aí e possa cuidar bem delas.
Paphiopedilum leeanum
Conhecida como: Paphiopedilum Leeanum Lawrence 1884; Híbrido entre: Paphiopedilum insigne (pai) X Paphiopedilum spicerianum (mãe); Planta: Híbrido nativo, terrestre, 20 centímetros; Flor: 8 centímetros; Época de floração: inverno; Longevidade das flores: 30 dias; Fragrância: não; Luminosidade: média, alta; Umidade: média, alta; Temperatura: média; Dificuldade de cultivo: baixa;
Não percebeu nada diferente? E se eu dissesse que este orquidário não é maior que uma televisão de 32 polegadas? Olhe novamente:
Pois bem, este é o orquidário da artista Edi Merez. Ou melhor, este é o mini orquidário da miniaturista Edi Merez. Quando me deparei com as primeiras imagens deste orquidário no Facebook fiquei impressionado com a perfeição e o nível de detalhamento que estava vendo. Aí me apaixonei, conheci a criadora e cá estou, divulgando esta maravilhosa peça e a arte do miniaturismo.
Informações técnicas
– Material: base em madeira, com vidros de 3 mm nas laterais e no tampo superior;
– Dimensões: 70cm x 41cm x 35cm;
– Iluminação: 4 arandelas com lâmpadas (corrente 110 v), com chave liga-desliga;
– Miniaturas: 90 réplicas de orquídeas feitas em biscuit (escala 1:12) pela artista Edi Merez.
Alguns sabem da minha caçada à Sophronitis cernua alba. Ou amarela, como queiram. Bom, por enquanto tenho que me contentar com outras, como a Sophronitis brevipedunculata.
Em uma destas idas e vindas, trouxe para casa esta planta, com a promessa que seria uma alba. Quando vi por aí que estamos na época da minha tão esperada amarelinha, corri no orquidário para ver se esta planta estava com algum indício de flor. Lá estava um botão solitário.
Aguardei.
Estranhamente, o botão foi ficando cada vez maior. Em um dado momento, começou a escurecer e eu desconfiei que, mais uma vez, estava perante uma Sophronitis diferente daquela que eu estava esperando.
Pensei que sairia uma cernua comum, mas pelo tamanho do botão me animei pois vi que sairia algo que eu não tinha dali. E foi o que aconteceu. Fiquei muito feliz com a surpresa, pois era uma planta que eu não tinha e não conhecia pessoalmente.
Enfim, minha caçada pela cernua alba continua. Tenho outra que abriu aqui que quase me enganou, mas não é amarela, é um laranjado muito fraco… daria até para enganar.
Ficha da planta – Sophronitis brevipedunculata
Conhecida como: Sophronitis brevipedunculata [Cogn.] Fowlie 1972; Sinônimos: Cattleya brevipedunculata (Cogn.) Van den Berg 2008; Hadrolaelia brevipedunculata ( Cogn. ) Chiron & V.P.Castro 2002; Sophronitis rosea var brevipedunculata [Cogn] Fowlie; *Sophronitis wittigiana var. brevipedunculata Cogn. 1902; Origem: Minas Gerais – entre 1220 e 2000 metros de altitude; Planta: Epífita ou rupícola, 5~10 centímetros; Flor: 4~7,5 centímetros; Época de floração: outono, inverno, primavera; Longevidade das flores: 20 dias; Fragrância: não; Luminosidade: baixa; Umidade: média; Temperatura: média; Dificuldade de cultivo: médio.
Bom, esta Coelogyne lawrenceana era para ser uma Coelogyne ovalis.
Acontece que a planta foi crescendo muito, comecei a achar que era uma super mega ultra ovalis. Aí o botão da flor ficou enorme. Comecei a suspeitar que iria sair outra coisa dali.
Não deu outra: Coelogyne lawrenceana. Não vou ficar triste por ter saído outra espécie. Pelo contrário, de qualquer maneira era uma espécie que eu também queria. Aliás, muito bonita. Me surpreendeu bastante pelo tamanho da flor, visto que a maioria das Coelogynes que tenho são, no máximo, metade do tamanho desta.
Ficha da planta – Coelogyne lawrenceana
Conhecida como: Coelogyne lawrenceana Rolfe 1905 SECTION Lawrenceanae D.A.Clayton 2002; Sinônimos: Coelogyne fleuryi Gagnep. 1930; Origem: Vietnam e Himalaia; Planta: Epífita, 25 centímetros; Flor: 10 centímetros; Época de floração: outono, inverno, primavera; Longevidade das flores: 20 dias; Fragrância: sim; Luminosidade: média; Umidade: média; Temperatura: baixa; Dificuldade de cultivo: fácil.
Esta Acianthera pubescens é mais uma das pequenas que estavam engavetadas por aqui.
Bom, esta pequena estava arquivada com outro nome, minutallis, se não me engano. Suspeitei que não era bem aquilo que tinham me falado que era (é fruto de uma troca), pois a flor era muito grande para ser uma minutallis. No fim, vi que era uma pubescens, infelizmente mais comum nas coleções do que a minutallis, pelo menos para mim. Continuo na busca por uma minutallis 🙂
De qualquer forma, uma micro muito bela. A próxima vez que fotografá-la terei condições de extrair imagens mais detalhadas (equipamento novo), será interessante analisá-la.
Ficha da planta – Acianthera pubescens
Conhecida como: Pleurothallis pubescens Lindl. 1836 SUBGENUS Acianthera SECTION Brachystachyae Lindley 1859; Sinônimos: Acianthera pubescens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase 2001; Humboldtia bufonis (Klotzsch) Kuntze 1891; Humboldtia polystachya Ruiz & Pav 1798; Humboldtia pubescens (Lindl.) Kuntze ?; Humboldtia smithiana (Lindl.) Kuntze?; Humboldtia truxillensis (Rchb. f.) Kuntze?; Humboldtia vittata (Lindl.) Kuntze?; Humboltia bufonis (Klotzsch) Kuntze 1891; Humboltia polystachya (A. Rich. & Galeotti) Kuntze 1891; Humboltia pubescens (Lindl.) Kuntze 1891; Humboltia smithiana (Lindl.) Kuntze 1891; Humboltia truxillensis (Rchb. f.) Kuntze 1891; Pleurothallis bourgeaui Kraenzl. 1920; Pleurothallis bufonis Klotzsch 1854; Pleurothallis coriacea Bello 1883; Pleurothallis janeirensis Barb. Rodr. 1882; Pleurothallis janeirensis var. viridicata Barb.Rodr. 1882; Pleurothallis mandibularis Kraenzl. 1920; Pleurothallis picta Hook 1842; Pleurothallis polystachya A. Rich. & Galeotti 1845; Pleurothallis porphyrantha Kraenzl. 1921; Pleurothallis riograndensis Barb. Rodr. 1882; Pleurothallis riograndensis var. longicaulis Cogn. 1896; Pleurothallis smithiana Lindl. 1843; Pleurothallis smithiana var. viridicata Cogn. 1896; Pleurothallis truxillensis Rchb. f. 1854; Pleurothallis vittata Lindl. 1838; Origem: República Dominicana, Porto Rico, México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Paraguai e Argentina – entre 500 e 1900 metros de altitude; Planta: Epífita, 5~10 centímetros; Flor: 0,5 centímetros; Época de floração: verão, outono, inverno; Longevidade das flores: 15 dias; Fragrância: sim; Luminosidade: baixa; Umidade: média; Temperatura: baixa; Dificuldade de cultivo: fácil.