Não é novidade que gosto de Lepanthes. Tá, já sei, você vai falar que leu por aqui que gosto de Masdevallia e Dracula, certo?
Bom, é verdade. Mas…
Ultimamente tenho conseguido algumas espécies de Lepanthes, seja do pessoal que importa do Equador, seja de importações que eu mesmo solicitei, principalmente para ver como era. Com isso, minha coleção de Lepanthes está aumentando e estou cada vez mais apaixonado por esta espécie.
Nomenclatura
Lepanthes orion Luer & R. Escobar 1985 SUBGENUS Lepanthes SECTION Lepanthes SUBSECTION Lepanthes SERIES Lepanthes Novon 1993.
Detalhes
Encontrada na cordilheira oriental da Colômbia e também no Equador, em florestas úmidas a uma altitude de 2000 a 2800. Encontrda vegetando de forma litófita ou de forma epífita, de pequeno porte e de crescimento em clima preferencialmente frio. Sua inflorescência é única, porém com muitas flores.
Não confundir com Lepanthes auriculata ou Lepanthes steyermarkii.
Este Bulbophyllum é muito bonito, de porte grande, com detalhes fantásticos, como a penugem vista nas fotos abaixo. Para quem gosta da espécie, é um prato cheio!
Nomenclatura
Bulbophyllum rothschildianum (O’Brien) J.J. Sm. 1912 SECTION Cirrhopetalum [Lindl.] Rchb.f 1861.
Encontrado no sul da província de Yunnan, no nordeste da Índia, e Myanmar. Não muito grande, epífita, gosta de um clima mais quente, mas tolera temperaturas mais baixas (meu caso). Possui pseudobulbos ovoides que carregam uma única folha, apical e que tem sua inflorescência de forma basal, ereta, resultando em um leque de flores perfumado. Floresce na primavera e no outono. Esta espécie precisa ser cultivada em um pote ou cesta com um meio de drenagem rápida, sombra parcial, água abundante, fertilizante e boa circulação de ar.
Esta pequena há tempos não dava as caras aqui em casa. De tanta bagunça que fiz no orquidário nos últimos anos, minhas Ornithophora radicans – tipo e alba – acabaram juntas em um vaso, além de outras várias mudas menores espalhadas por aí.
Bom, tirando a mistura meio que sem querer, o vaso está grande e bonito. E finalmente, depois de 2 ou 3 anos, as flores voltaram com força total.
Uma das micro-orquídeas mais bacanas que temos em nossa flora, a Ornithophora radicans é uma orquídeas que todo orquidófilo deve cultivar, pois é muito bela e capaz de formar grande touceiras rapidamente.
Orquídea epífita de pequeno porte, de temperado para quente, encontrada nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul entre 0 à 400 metros de altitude. Floresce no verão ou no outono e suas flores duram bastante, entre 15 e 20 dias.
Os que me conhecem sabem do meu fascínio por espécies como Masdevallia e Dracula. Não é muito difícil explicar com exatidão o porquê desta paixão, pois, se pensarmos bem, são espécies diferentes da grande maioria das que encontramos aqui no Brasil e também são agraciadas com um conjunto cultivo-flor muito diferenciado e específico.
Não convenci, não é?
Bom, talvez o importante aqui não seja o porquê do gosto de cada um e sim a beleza que isto pode proporcionar à todos. Pensando assim, nada mais justo que começar os posts do ano compartilhando uma destas maravilhas que tive o prazer de ver florir aqui em casa.
A Dracula vampira não é famosa por ser uma das Draculas que se enquadram naquela febre de plantas com cara de macaco (que por sinal, tenho a Dracula simia original em casa, o dia que abrir vou mostrar a todos como ela realmente é). A Dracula vampira ofusca pelo seu tamanho e aparência vampiresca, como o próprio nome diz. E sua beleza é absurdamente descomunal.
Antes das fotos e informações, é importante lembrar: sementes de orquídeas, como as que vendem no Mercado Livre, são pura enganação. Não saia daqui querendo comprar esta planta e caia no conto do vigário. Procure orquidários renomados e que vendam a planta já adulta. Se quiser saber mais, clique aqui.
Orquídea epífita de médio porte, de clima frio, encontrada no oeste do Equador em elevações de 1800 à 2200 metros. Possui caules agrupados e eretos, envolvidos por 2 ou 3 bainhas truncadas, tubulares, portadoras de um único apical ereto, elíptico-obovado, agudo, reduzindo-se gradualmente abaixo para a folha. De inflorescência basal, pendente à horizontal, é capaz de soltar várias flores sucessivas, de 3 a 6 cm, com até 6 brácteas obliquamente tubulares. É capaz de florescer em qualquer época do ano.
Quem me acompanha sabe que gosto muito de espécies não muito comuns aqui no Brasil. Tenho meu gosto pelas Draculas e Masdevallias diferentonas, e os Pleurothallis do Equador e região.
Comecei minha coleção destes Pleurothallis procurando em todos os orquidários possíveis e agora, com algum esforço, tenho 29 plantas diferentes provenientes daquela região. Uma delas, a primeira de todas, é o Pleurothallis teaguei.
Nosso padrão de Pleurothallis é um pouco diferente. Estamos acostumados com plantas pequenas, flores ainda menores. Talvez este seja o charme de alguns Pleurothallis de lá: são plantas enormes! Nem todos gostam, mas eu sou doido por eles.
Depois de penar para aprender como cultivá-las, achei um meio termo que faz com que, neste momento, todos os meus Pleurothallis de lá estejam em algum estágio de floração. Não posso descrever minha felicidade, apenas dizer que aprendi muito desde que comecei a cultivá-los. O principal inimigo, para mim, foi o frio. Mas aí eu contornei o problema e agora é só alegria no orquidário.
Encontrado no Equador em altitudes entre 750 e 1550 metros, é uma planta de grade porte se comparada à outros Pleurothallis. Epífita, gosta de um clima temperado. Floresce no verão, segundo os livros, mas aqui floresceu no final do inverno, começo da primavera. Uma única folha, nova ou antiga, é capaz de gerar uma dezena de flores, dando um aspecto espetacular à florada.
Vejo algumas pessoas colocando esta planta em placas de madeira ou caixetas. Não tenho coragem. Aqui, por mais que eu não goste de vasos plásticos, estes seguram a umidade. Minha teaguei só foi para frente quando eu a coloquei em um vaso plástico, um pouco de brita no fundo e musgo chileno acomodando a planta. Ela gosta de sombra parcial e um clima ameno para quente, ou seja, o frio pode prejudicá-la. Eu aprendi isto da pior forma, perdendo muitas folhas em meus Pleurothallis do Equador, inclusive perdendo meu Pleurothallis marthae (já reposta, ainda bem). Nada que uma boa proteção do frio não resolva, pelo menos em lugares como aqui, Curitiba, onde o frio é bem sacana quando vem forte. Enfim, sem muitos mistérios no cultivo, mas o mais importante é manter a umidade sempre!
Fotos
Fotos do crescimento
Fui postando a evolução da planta no meu Instagram. É interessante ver que é uma flor de Pleurothallis grande (foto com meu dedo), mas também uma folha enorme!
Vi esta belezinha em uma exposição aqui na região, há alguns meses. Não resisti à sua beleza e a trouxe para casa, ainda com o nome de Dendrochilum arachnites Red. Fui ler sobre a tal arachnites Red e vi que muitos comerciantes, em todo o planeta, acabam vendendo gato por lebre, ou seja Dendrochilum wenzelii como se fosse Dendrochilum arachnites Red, sendo que este último nem existe.
Enfim, não me importei muito. A planta é fantástica e sua coloração é fora de série, como vocês podem ver nas fotos abaixo. Espero que no próximo ano venha uma florada mais intensa, para que eu possa curtir ainda mais esta bela aquisição.
Natural das Filipinas (Luzon, Mindanao e Visayas), a uma altitude de 500 à 1800 metros, embora Ames (1915) tenha escrito que uma planta foi coletada à 300 metros.
Os pseudobulbos aglomeram-se ao longo do rizoma e estão graciosamente em forma fusiforme. Os pseudobulbos medem entre 1,3 e 3,7 centímetros, com 0,2 à 0,4 centímetros de diâmetro. Os pseudobulbos são cobertos por 4 a 5 catafilos enquanto eles estão crescendo. Os catafilos desintegram-se em fibras persistentes como o amadurecimento dos pseudobulbos. As folhas são pecioladas, mas não claramente. As lâminas foliares são moldadas linearmente e têm ápices agudos. As folhas medem 13,2 à 43,8 centímetros de comprimento e 0,2 à 0,4 centímetros de largura. As folhas têm um nervo distinto.
As flores são mais comumente vermelho brilhante, mas pode ser marrom ou amarelo-esverdeado. Até 30 flores podem crescer em uma inflorescência. As sépalas e pétalas abrem-se amplamente.
Talvez uma das micros preferidas de quem curte realmente colecionar matinhos, a Pabstiella mirabilis, ou Pleurothallis mirabilis, dependendo de sua aceitação de nomenclatura, é uma orquídea fundamental em sua coleção.
Eu gosto bastante desta espécie, por sua cor singela porém extremamente dominante, além de ser capaz de formar touceiras rapidamente se bem cuidada. Tenho experimentado em uma caixeta e o resultado é visivelmente interessante, pois a planta está saindo por todos os vãos da caixeta e em pouco tempo terei uma “bola” de Pabstiella mirabilis.
O gênero Pabstiella foi inicialmente proposto por Brieger e Senghas em Die Orchidee 27(5): 195, em 1976. Para abrigar espécies de Pleurothallis que apresentam flores com um mento muito saliente e discrepante que existe apenas em poucas plantas. A mais conhecida delas é sua espécie tipo, a Pabstiella mirabilis (Schltr.) Brieger & Senghas, anteriormente conhecida como Pleurothallis mirabilis Schlechter. O nome é uma homenagem ao orquidólogo brasileiro Guido Frederico João Pabst.
Em 2001, Alec M. Pridgeon e Mark W. Chase, ao estudarem a filogenia de Pleurothallidinae comprovaram o isolamente destas espécies em meio aos clados, julgando que Pabstiella não havia sido descrito segundo as normas do código internacional de nomenclatura botânica, propuseram o gênero Anthereon, ao qual subordinaram três espécies de Pleurothallis um tanto quanto diferentes morfologicamente. Além da Pabstiella mirabilis a ele subordinaram também a Pleurothallis tripterantha e a Pleurothallis mentosa, esta última originalmente descrita por João Barbosa Rodrigues como Lepanthes yauaperiensis. Cada uma destas duas últimas constituia uma secção monotípica de Pleurothallis, segundo a primeira classificação de Carlyle August Luer em 1986. Pridgeon e Chase justificam a congregação de três espécies morfologicamente bastante diferentes em um único gênero para evitar a criação de novos gêneros monotípicos, bem como pela proximidade genética dessas espécies. A inclusão da Pleurothallis tripterantha e da Pleurothallis yauaperiensis neste gênero torna sua descrição um tanto complicada.
Em abril de 2002, Fábio de Barros, publicou um artigo restabelecendo Pabstiella e subordinando a este gênero mais três espécies que haviam sido descritas por Luer nos últimos anos.
Em agosto de 2007 Luer subordinou as 62 espécies restantes de a secção Mentosae e do subgênero Mirabilia de Pleurothallis, por ele mesmo propostos em 1986, à Pabstiella, elevando o total de espécies classificadas neste gênero a 68. As alterações ainda prosseguem, enquanto mais estudos moleculares ainda são necessários. Filogeneticamente, este gênero situa-se entre Pleurothallis e Stelis, no quinto grande grupo de gêneros da subtribo Pleurothallidinae. Texto do artigo “Três novas espécies de Pabstiella da Mata Atlântica Brasileira“, cujo link está nas referências desta página.
Detalhes
Encontrada no Sul e Sudeste do Brasil em altitudes em torno de 900 metros, epífita, e de cultivo em climas mais temperados para frio. Preferencialmente, cultive sombreada.
As espécies subordinadas a este gênero ocorrem do México ao sul do Brasil, a grande maioria delas descritas para Brasil, que pode ser considerado seu centro de dispersão. Normalmente epífitas em florestas úmidas e sombrias. São espécies pequenas, de crescimento cespitoso, com inflorescência multiflora e flexível. Originalmente sua caracterização era muito simples pois a coluna de suas flores possuem pé extremamente longo na coluna, resultando em mento enorme, no entanto as alterações recentes da classificação das Pleurothallis tornaram este o gênero mais heterogêneo de espécies de Pleurothallis existentes no Brasil, uma vez que praticamente todas as espécies de características evidentes foram classificadas em Acianthera ou Anathallis, as restantes, que não foram subordinadas ao dois gêneros citados, quase todas estão agora subordinadas a Pabstiella.
Minha fascinação por micros, como alguns sabem, estende-se desde as nossas nativas até os grandes Pleurothallis do Equador. No meio deste bolo, existe uma outro gênero que acho fantástico: Lepanthes.
Depois de muito garimpar, consegui meus primeiros 4 Lepanthes. E logo dois floriram. O primeiro, Lepanthes tsubotae, me chamou a atenção pela beleza e pelo tamanho da flor em comparação ao vegetal. Sensacional! Fiquei muito feliz e espero conseguir mantê-las aqui no orquidário, sem muitos problemas.
Nomenclatura
Lepanthes tsubotae Luer & R. Escobar 1993 SUBGENUS Lepanthes SECTION Lepanthes SUBSECTION Lepanthes SERIES Lepanthes Novon 1993.
Detalhes
Encontrado no “Valle de Cauca”, na Colômbia, em altitudes em torno de 1700 metros. Esta planta cresce muito bem em locais úmidos e temperados, com pouca luz. Muitos usam esta planta em seus vivários. Necessita de alguma circulação de ar para se sentir legal. Estou ainda verificando o melhor local para ela em meu orquidário, mas provavelmente será próximo a um local bem úmido.
Eu simplesmente adoro esta espécie. A Pleurothallis sclerophylla é uma dos meus Pleurothallis favoritos. Por quê?
Bem, quando entrei neste mundo de micro-orquídeas, esta foi uma das minhas primeiras espécies. O tempo passou e agora eu tenho uma grande touceira, com uma planta muito bonita.
Agora, é hora de mudar o vaso e ver esta orquídea crescer mais e, esperançosamente, tornar-se um destaque em alguma exposição por aqui.
Uma micro-orquídea de pequeno porte, de crescimento em lugares frescos para quente, a Pleurothallis sclerophylla é uma epífita encontrada no México, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, bem como a Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil em florestas úmidas de 480 a 3100 metros de altitude. A inflorescência de suas perfumadas flores ocorre no Outono.
Eu tenho duas Barbosella australis em casa. Um delas está em um vaso comum, acredito que amarrada em um xaxim velho, e estou tentando fazer com ela cresça bem neste lugar. A outra é está em um grande pedaço de madeira.
Para ser sincero, eu não me lembro o tipo da madeira na qual ela está fixada, mas esta orquídea está crescendo muito rápidamente nele. Infelizmente, ela poderia estar bem mais desenvolvida agora. Eu me lembro que no ano passado eu tive um problema com um gambá em casa. Sim, eu vivo no meio de uma grande cidade, mas perto de um grande terreno com mata ainda nativa. Este pequeno animal veio visitar minhas orquídeas quase todas as noites até que eu fiz algumas portas na minha estufa (em breve post sobre meu novo orquidário). Bem, o gambá comeu algumas orquídeas e urinou em outras, literalmente acabando com elas. Uma das orquídeas afetadas foi essa Barbosella sobre o pedaço de madeira.
Talvez seja por isso que há um monte de lugares vazios na madeira, caso contrário, a orquídea poderia ser muito mais densa.
Espero que este Barbosella tem uma recuperação completa. Enquanto isso, e apesar do descrito acima, ela está florescendo muito bem para mostrar sua beleza, como vocês podem ver nas fotos abaixo:
De todas as vinte espécies de Barbosella, esta é a que tem a maior flor. Ocorre nos Estados do Sul e em São Paulo e no Rio De Janeiro. Como nas demais espécies do gênero, seu vegetal tem o característico crescimento reptante, com rizoma rasteiro, formando grandes “tapetes verdes” sobre troncos, galhos e mesmo sobre rochas, podendo forrá-los totalmente. As folhas são arredondadas, também como todas as Barbosella, e relativamente carnosas, medindo cerca de 2cm de comprimento. A inflorescência é uniflora. A flor tem aproximadamente o mesmo comprimento das folhas, um tamanho bastante significativo em se tratando de Barbosella. As sépalas têm três linhas vinosas bem definidas, sendo que as duas sépalas laterais são concrescidas até aproximadamente a metade de seu comprimento. O labelo é de um tom amarelado, com máculas da mesma cor de vinho das linhs das sépalas. A espécie floresce no outono.