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Legado das Águas

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Há alguns meses vivi uma experiência diferente no Legado das Águas e gostaria de compartilhá-la com vocês por causa de um motivo muito nobre: conscientização e conservação. Em maio de 2017, participei de um evento teste em um local chamado Legado das Águas, situado na Reserva Votorantim, Tapiraí, São Paulo. O evento era um workshop sobre orquídeas, ministrado pelo Biólogo Luciano Zandoná.

Bom, antes de mais nada, este texto é sobre muitas coisas, menos sobre o workshop sobre orquídeas. Prefiro pensar que este é um relato de uma pessoa acostumada com a cidade grande que, mesmo vivendo em um local com muitas plantas, queria passar por uma experiência diferente das vividas no dia a dia.

Estava eu de férias, querendo bater perna por algum local onde pudesse respirar um pouco daquele viciante ar de floresta. A oportunidade surgiu com uma postagem que por acaso vi no Facebook sobre o tal do workshop. Olhei no mapa, vi a distância e me animei: não era muito longe para uma viagem de final de semana, apenas uns 300 km de Curitiba.

Inscrição feita, deparei-me com o primeiro problema. O workshop começava no sábado cedo. Para chegar no sábado cedinho, teria que sair muito cedo de Curitiba, afinal, seria uma viagem de pelo menos 4 horas. Questionei os organizadores sobre a oportunidade de ir na sexta à tarde e fui prontamente atendido. Foi então que pensei: “Bacana, duas noites no meio do nada ao invés de uma!”. Claro que o desconhecido faz nossa imaginação aflorar e pensei de tudo um pouco, afinal, estamos falando de um local que realmente fica incrustado no meio de um restinho de Serra do Mar, mas estava muito animado com a experiência.

Enfim, peguei a estrada seguindo as direções que me passaram, imaginando chegar no final da tarde de sexta no local. De certa forma, meu cálculo foi correto, cheguei à reserva no final da tarde. O que errei foi o fato que, uma vez dentro da reserva, eu teria que andar mais 40km em estrada de pedra/terra até à base do Legado das Águas. Claro que isto não seria problema nenhum, mas a Mãe Natureza resolveu me desafiar a colocou uma tempestade ameaçadora se aproximando no horizonte. Tempestade, noite, estrada de chão, meio da floresta: pensei que não seria uma boa me perder ali logo no meu primeiro dia. Fui em frente, torcendo para chegar antes da tempestade.

No fim, deu tudo certo. Foi extremamente prazeroso andar no meio da mata, passando por rios, represas – foram 4 no caminho à base. Em todas você passa por pontes que te dão uma visão bem ampla das barragens. O caminho passa por algumas vilas que abrigam os funcionários – e suas famílias – das usinas quando estão em serviço no local. Tudo simples mas muito organizado. A estrada é boa e mais uma coisa me chamou a atenção: a sinalização. Por todo o caminho há placas avisando da presença de antas na região. Porém, algumas placas são pretas, com a imagem de uma anta branca. Na hora não entendi o motivo, mas depois veio a explicação: há uma anta albina no parque. Nada mais justo que a sinalização indique isso, oras!

Enfim, 40km depois, cheguei à base, estacionei o carro, entrei no alojamento para procurar o pessoal e BUM!, eis que a tempestade desabou com força. Em poucos minutos acabou a energia. A situação de isolamento e quietude, além da momentânea ausência de energia, resultou em uma sensação de paz que não lembro de ter sentido anteriormente. É uma situação que a grande parte das pessoas não está acostumada. Hoje somos bombardeados por todo tipo de estímulos modernos, principalmente eletrônicos. Estar no meio da Serra do Mar, contemplando a mata e a montanha, observando e escutando a chuva, respirando um ar muito mais puro, faz muito bem. E assim fiquei até a hora de me recolher ao alojamento, sem antes provar uma jantinha mais do que caprichada que já estava pronta no refeitório quando cheguei.

No dia seguinte acordei cedo, antes dos demais, e fiquei zanzando pela base. A sensação ao andar ali, em meio a mata, com a luz do dia, é indescritível. A mesma sensação de paz que tive na noite anterior é acrescida de outra difícil de explicar, mas que remete muito ao sentido de nossa existência. É impossível ficar indiferente àquilo e não pensar na vida como um todo, e no sentido de tudo. A amplitude da natureza nos faz perceber o quão pequenos somos, sensação essa que não sentimos, ou pelo menos eu não consigo sentir, mesmo estando na selva de pedra da cidade. Confesso que bate uma vontade de largar tudo e viver em meio à natureza, infelizmente interrompida pela razão e o fato que tenho responsabilidades que não posso abrir mão.

Minha primeira parada foi ao lado do refeitório, onde os passarinhos faziam a festa comendo as frutas colocadas ali para eles. Fotografei, filmei, observei e apreciei o espetáculo. Continuei minha caminhada e fui ao complexo de estufas onde os pesquisadores fazem a reprodução de mudas de espécies locais para reintrodução na natureza. Tudo muito organizado, que me fez ter vergonha do meu pobre orquidário em casa. Em uma das estruturas há um telhado verde, onde várias espécies estão plantadas e contribuem para a neutralização dos efeitos da construção abaixo, além de deixar o ambiente dentro dela muito mais agradável. Ao lado do complexo de estufas está um dos focos de meu interesse: o orquidário do local. Uma estrutura muito bem bolada, bastante úmida, onde várias espécies de orquídeas repousam como objeto de estudo ou aguardando reintegração na mata. Um espetáculo! Não fiquei muito por ali, afinal, não sabia até onde poderia explorar sem supervisão.

Voltei ao alojamento e, após um belo café da manhã, andei mais um pouco pelo Legado em busca de alguns participantes perdidos no caminho. Por fim, voltamos à base, conheci todos os participantes do workshop e lá fomos nós para o evento em questão. Como disse, o foco deste texto não é o workshop em si, mas não posso deixar de comentar o quão proveitoso foi. Ouvir as experiências de quem convive diariamente com orquídeas, lutando por sua preservação, é uma grande lição de vida. Enfim, para resumir, é claro que a parte teórica da coisa valeu muito. Além do material exposto em sala, fizemos um passeio pelas instalações e pude ver com mais detalhes aquilo que havia sondado logo cedo pela manhã, desde o viveiro de mudas até o orquidário.

Na hora do almoço, mais uma bela refeição. Em seguida, voltamos às atividades do workshop. Após mais uma parte teórica, novamente fomos ao orquidário e tivemos uma aula in loco sobre as plantas, além de uma análise sobre o mal que a retirada indiscriminada das plantas de nossas florestas ocasiona em nossos biomas. Além disso, pudemos aprender bastante sobre a reserva em si, como é feita a conservação do local, como são direcionados os estudos ali na reserva, como é feita a interação entre natureza e os humanos que ali habitam. Uma aula sensacional de consciência e conservação, além de respeito à natureza e sua magnitude.

Jantei, conversei um pouco com o pessoal e me recolhi para dormir. Na minha mente já havia um plano: acordar mais cedo e filmar a passarinhada que logo cedo se deliciava com as frutas que ficavam próximas à cozinha. Dito e feito, acordei cedinho, ainda com aquela névoa de serra pairando no ar, posicionei a câmera e deixei a natureza fazer sua parte. O resultado é este:

O dia seguinte foi voltado ao deslumbre das belezas naturais do local. Ao contrário do dia anterior, que alternou entre períodos nublados e de chuva, o domingo estava com um sol esplendoroso. Aproveitei para conhecer um ponto muito interessante do Legado, a Trilha Poço do Cambuci. A trilha é destinada à observação de animais e plantas, sendo que após cerca de 800 metros visitante encontrará um pequeno poço de captação de água. Na trilha é possível ver uma grande variedade de orquídeas, além dos rastros das antas que habitam o complexo. Para tornar a visita mais interessante, havia a missão de replantar algumas orquídeas resgatadas no parque. Dei sorte, pude fazer o ciclo completo: achei uma árvore caída com uma e pude realocá-la em uma árvore próximo ao local onde ela estava originalmente.

Aqui, abro um parênteses para um detalhe que faz toda diferença: os sons da natureza. A variedade de sons proveniente da mata era imensa e, ao mesmo tempo, relaxante. Soma-se a isso o oxigênio limpo que estava respirando e temos uma provável definição da palavra paraíso.

Almocei e fui para a última parte da aventura: um passeio de barco pelo rio Juquiá. Não esperava por esta parte da aventura e curti bastante. Descemos até o rio e após uma breve explicação de segurança, lá fomos nós. O intuito ali era ver a mata intocada e suas árvores centenárias (e gigantescas). Claro que foi possível ver orquídeas no caminho, além de vários animais. Mas o grande barato foi realmente o passeio. A imensidão do rio naquele ponto por causa da represa logo adiante nos faz pensar na imensidão dos elementos na natureza e como somos pequenos neste imenso universo. A reflexão é profunda e prazerosa. Terminamos o passeio em uma pequena cachoeira, mas não entramos no rio porque naquele momento já estava novamente nublado e chuvoso.

Voltamos à base e aí já era o momento de dizer adeus. Depois de dois dias de muito aprendizado e contato com a natureza, era hora de partir. Algo certamente havia mudado em mim após aquela experiência, apesar de, no momento, não saber ao certo o que era. Peguei novamente os 40km de estrada até a rodovia e fui pensando. No caminho, parei em uma das represas para registrar algumas fotos. Novamente o Sol estava presente, a tarde estava linda. Aquele ar, aquela paz, aquela vista. Não queria sair dali. Mas fui em frente. Saí da reserva e pouco antes de Juquiá a natureza ainda me presenteou com uma composição e cores que há tempos não via, um belo entardecer com a Lua já visível de dia.

Fui para casa satisfeito. E mais, estava tentado a ajudar de alguma forma no projeto do Legado. Ainda não sei como nem quando, mas certamente vou querer ajudar de alguma forma a conservação deste pedaço de paraíso.

Se quiser saber mais sobre o local, acesse legadodasaguas.com.br

Abraços!

Micorriza e as orquídeas

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orquideas.eco.br - Micorriza e as orquídeas

Talvez você não saiba, mas uma das maiores famílias do reino vegetal é a Orchidaceae, com mais de 20.000 espécies identificadas. A maioria destas espécies estão distribuídas em regiões tropicais e subtropicais.

Esta diversidade é mais surpreendente porque, em algum momento de seu ciclo de vida, todas as orquídeas são dependentes de fungos micorrízicos. Não importa se elas são clorofiladas ou sem clorofila no estágio adulto, todas as orquídeas passam por uma fase em que elas não realizam atividade fotossintética e, portanto, dependem de fontes externas de nutrientes. Na grande maioria dos casos, é apenas no estágio de plântula (embrião vegetal já desenvolvido e ainda encerrado na semente) que elas são obrigatoriamente micorrízicas. Como as sementes de orquídeas são muito pequenas (cerca de 0,3-14 μg por semente), elas contêm uma pequena reserva de nutrientes. Esta reserva restringe-se a pequenas quantidades de proteína de alta energia e lípidos. Entretanto, há muito pouco açúcar. Algumas espécies também contêm pequenos grânulos de amido.

Os fungos micorrízicos podem fornecer os nutrientes e, particularmente, hidratos de carbono necessários para fazer crescer uma orquídea. Na verdade, a maioria das sementes de orquídeas não germinarão a menos que tenham sido infectadas por um fungo apropriado. Isto foi um problema no início do século 20 para os horticultores que tentavam propagar orquídeas visando um mercado altamente lucrativo. Agora, sabe-se agora que muitas espécies podem ser cultivadas em culturas puras (isto é, sem a infecção de micorriza) se a elas forem fornecidos com uma fonte exógena de açúcar.

Os fungos micorrízicos em orquídeas são do grupo Basidiomicelos, sendo normalmente da espécie Rhizoctonia, com a qual muitas orquídeas estão associadas. Algumas espécies de Rhizoctonia são conhecidas por formar associações ectomicorrízicos, mas se esta é uma ocorrência comum é ainda desconhecido. Esta associação é um relacionamento simbiótico que ocorre entre o fungo e a raiz da planta. Talvez por isto alguns orquidófilos tenham medo de usar fungicidas em suas orquídeas – e até canela (clique aqui para ler sobre a canela e as orquídeas).

Como funciona

A infecção de uma semente da orquídea por fungos ocorre após o embrião absorver água e inchar, rompendo o revestimento da semente. O embrião emerge e produz alguns poucos pêlos radiculares, que as hifas colonizam rapidamente. Como as hifas penetram as células do embrião, a membrana plasmática das células da orquídea invaginam, e a hifa torna-se rodeada por uma camada fina de citoplasma. Um embrião de orquídea é composto por apenas algumas centenas de células e os fungos se espalham rapidamente a partir de uma célula para outra.

Dentro das células, as hifas formam bobinas que aumentam consideravelmente a área de contato entre a orquídea e os fungos chamadas pelotons. Cada peloton tem uma vida curta, durando apenas alguns dias. Após este período, ela se degenera e é digerida pela célula da orquídea. Na verdade, as hifas na orquídea tem um período de vida curto também: as hifas mais velhas desenvolvem grandes vacúolos e paredes celulares espessas, e o citoplasma se degenera. As células das hifas eventualmente se separam e são consumidas pelas células da orquídea. Durante este processo, a célula da planta continua funcional e pode ser recolonizada por qualquer hifas sobrevivente ou por outros fungos provenientes de células adjacentes.

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Pelotons em uma orquídea: manchas em vermelho em uma micrografia de luz em tecido seccionado – © Jim Deacon
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Micrografia eletrônica de varredura de pelotons orquídeas – Smith & Read

A infecção por fungos micorrízicos não resulta necessariamente na germinação e crescimento de uma orquídea. Quando há a associação, três resultados são possíveis:

  • uma interação com as micorrizas, tal como descrito acima;
  • uma infecção parasitária, em que as células da orquídea são invadidas e o embrião morre;
  • as células da orquídea rejeitam a infecção fúngica.

Todas as três interações acima podem ocorrer em uma população de protocormos, destacando a natureza relativamente instável da associação.

Uma infecção fúngica de sucesso resulta na germinação da semente da orquídea. O fungo pode ser a única fonte de nutrição durante o primeiro ciclo de vida da orquídea. A partir daí, a maioria das espécies de orquídeas desenvolvem moléculas de clorofila em sua fase adulta e tornam-se menos dependentes da micorriza. No entanto, a maioria das orquídeas ainda têm o fungo em suas raízes para absorver nitrogênio e fósforo a partir do fungo. Ainda é desconhecido se as orquídeas induzem os fungos a transferir carbono para elas.

Em contrapartida, é sabido que cerca de 200 espécies de orquídeas permanecem sem clorofila ao longo das suas vidas. Espécies como Galeola, Gastrodia, Corallorhiza, Rhizanthella e muitas outras continuam a receber o carbono de seus fungos micorrízicos. Mesmo algumas espécies clorofiladas, como Cephalanthera rubra, passam vários anos no subsolo antes de produzir belíssimas floradas, ou seja, sobrevivendo através dos fungos micorrízicos.

Referências

  • davidmoore.org.uk
  • damianus.bmd.br

Abraços!

10 dicas para iniciar o cultivo de orquídeas

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orquideas.eco.br - 10 dicas para iniciar o cultivo de orquídeas

Então você está querendo entrar no mundo da orquidofilia e ter uma vasta e bela coleção de plantas. Bom, então me permita opinar um pouco, pois vou dar umas dicas e uns pitacos baseados naquilo que aprendi ao longo dos anos. Não que eu, Luis, seja o dono da verdade. Pelo contrário, cometo erros todos os dias. Porém aprendi muita coisa, e isto pode ajudar muito quem está começando.

Para começar, antes de mais nada, seja humilde. Entenda suas limitações e busque aprimoramento. O estudo é essencial para você ter mais do que apenas olhos-de-boneca em uma árvore em casa.

Infelizmente, grande parte das pessoas que resolvem virar orquidófilas da noite para o dia compram absolutamente tudo que aparece pela frente, sem mensurar se devem ou podem ter determinada espécie. “Ah, mas eu posso ter o que eu quiser!“, você poderá dizer. Sim, o livre arbítrio existe, mas use-o com sabedoria. Vou explicar o porquê.

Livros

Comprar uma orquídea e depois encher a Internet com perguntas questionando o porquê que sua orquídea está morrendo não é o caminho. Primeiro, as espécies de orquídeas não são iguais e por isto não tem as mesmas necessidades. A relação disto é muito grande com a questão climática. O clima da região onde você mora influencia diretamente nas espécies que você poderá cultivar com menos esforço. Algumas espécies de orquídeas que gostam de um clima quente e seco não se desenvolverão em climas mais amenos e úmidos e vice versa. Fora isto, existem outras variáveis neste quebra-cabeça, como a forma de plantio, iluminação, aeração, umidade, substrato, vaso, enfim, uma série de coisas que fariam os mais preguiçosos desistirem logo de cara.

Conhecer a planta que que você adquiriu é o primeiro passo para o sucesso do seu cultivo. A melhor forma de fazer isto é, ao meu ver, com um bom embasamento teórico. Para isto, existem livros interessantíssimos disponíveis no mercado nacional que podem suprir suas necessidades de conhecimento para que, a curto prazo, nunca mais você pergunte porque, por exemplo, não se deve plantar uma Cattleya na terra. Sendo assim, minha primeira e valiosa dica é:

DICA 1: leia (e se possível compre) bons livros sobre orquidofilia.

Posso ajudar um pouco com esta lista, pois alguns dos livros que estão em minha estante são considerados indispensáveis para um orquidófilo que busca conhecimento. Os livros são muito mais do que apenas um catálogo de fotos de orquídeas. A maioria também traz uma bagagem interessante sobre como cultivar e como tratar possíveis problemas, como as doenças mais comuns. Eis minha lista para qualquer iniciante:

Local e espaço

Considerando que você deu uma boa lida em alguns dos livros acima, você deve estar pensando: “Ok, mãos à obra! Vou ali comprar umas plantinhas!”. Espere! Não se precipite tanto. Onde você vai colocar estas orquídeas? Sobre a máquina de lavar? Penduradas na área de serviço? Não são lugares muito adequados, não é? Aí temos outra questão importante: onde manter a coleção de forma a tentar sanar todas as necessidades das orquídeas?

O principal divisor de águas é se você possui espaço ou não. Como as formas de cultivo podem ser variadas, você pode adaptar seu cantinho de orquídeas da melhor forma possível, então não se preocupe se você mora em um apartamento pequeno ou uma imensa chácara, pois existirão formas de fazer seu espaço render. Claro que, se você mora em um pequeno apartamento, você deverá ser mais seletivo naquilo que irá cultivar. Entretanto, há uma vantagem nisto, você poderá dar uma intenção maior para cada planta e acabará entendendo muito mais sobre determinadas características sobre suas plantas. Sendo assim, minha segunda dica é:

DICA 2: escolha com sabedoria o local que você irá manter suas orquídeas.

A análise é válida para ambos os casos, se você tem ou não muito espaço disponível. Se você mora em um local pequeno, sem quintal, ainda sim poderá escolher um cantinho em algum cômodo da casa para cultivar suas plantinhas, ou a varanda se você morar em um apartamento. É importante que este local tenha algum tipo de iluminação e aeração. Sim, sei que neste caso você não poderá ter muitas plantas, mas mesmo assim irá usufruir deste hobby. Conheço algumas pessoas que cultivam em apartamentos com muito sucesso. Aliás, para você ter ideia, muitas pessoas cultivam orquídeas em países mais frios utilizam vivários para tal. O resultado é este da foto abaixo:

Neste caso, a pessoa pode ter orquídeas tropicais mesmo vivendo em lugares mais ermos, onde a neve predomina. Ou seja, tudo é possível. Mas, novamente, o conhecimento é necessário para que você possa ter sucesso em sua empreitada.

Por outro lado, se você tem espaço e está pensando em construir um orquidário de verdade para manter suas plantas, eu posso usar o meu exemplo como base para que você possa pensar melhor como fazer isto. Veja a sequência de fotos abaixo:

Primeira versão do meu orquidário – só o sombrite

Orquidário Faísca - 10/09/2013

Primeira reforma – estrutura e madeira como sombreamento, além de nivelamento do terreno

orquideas.eco.br - Onde ficavam durante as reformas
Onde minhas plantas ficavam durante as reformas…
orquideas.eco.br - Terceiro orquidário
Tirei as toras, coloquei sombrite novamente e fiz a irrigação automática
orquideas.eco.br - Última reforma
Por fim, a última reforma.
orquideas.eco.br - Última reforma - coleta de água da chuva
Coleta da água da chuva
orquideas.eco.br - Última reforma
Orquidário por dentro
orquideas.eco.br - Última reforma
E a frente, como ficou

Esta é uma pequena ideia da linha do tempo de tudo que fiz no orquidário aqui em minha casa. Esta mudança de visual e de conceitos aconteceu nos últimos cinco anos, fruto de estudo e muitos, mas muitos erros e poucos acertos. O que me leva a lembrá-lo que você também irá errar e isto é bom. Com os erros você irá aprender e evoluir e isto o tornará um orquidófilo cada vez melhor.

No meu caso, eu pequei muito no início porque não segui minha dica 1, ou seja, não busquei o conhecimento necessário para começar efetivamente a levar a sério o hobby. O que tenho hoje vai contra muitos dos orquidários amadores que eu vejo por aí mas, acredite, tem funcionando muito bem, fruto de alguns conceitos e do aprendizado que tive ao longo do tempo com os outros modelos de orquidários que tive. Pela primeira vez em anos não tenho mais plantas doentes, consigo controlar completamente a irrigação de minhas plantas (a importância disto? clique aqui e descubra) e o ambiente é muito mais limpo, o que se mostrou muito eficiente no cultivo.

Resumindo, o importante é você escolher um local que atenda os requisitos mínimos para o bem estar de sua planta, não importa o tamanho. Clique aqui e confira mais dicas de cultivo, assim poderá escolher melhor seu local!

Internet

Em um mundo cada vez mais conectado, é impossível não relacionar tudo que fazemos com as mídias digitais. A maioria esmagadora da população que tem acesso à um computador e, principalmente à um celular, consome vorazmente informações provenientes da Internet. As fontes são muitas, mas atualmente residem nas redes sociais. Sites como este e fóruns em geral perderam um pouco o apelo de outrora, sendo ultrapassados pelas tecnologias cada vez mais móveis. Hoje você tem tudo em seu celular e com isto torna-se muito dependente do mundo digital. Experimente um dia sem acessar o Facebook, o Twitter, o Instagram, enfim, seu e-mail. Difícil não?

Mas isto não é ruim. A grande conectividade que temos hoje permite coisas que até alguns anos atrás eram inimagináveis. Você consegue visitar um museu sem sair de casa ou ver uma orquídea rara da Indonésia sem precisar esperar meses por uma publicação especializada. Mas é aí que mora o perigo.

O grande volume de informações faz com que elas não sejam tão confiáveis. Não é difícil: experimente digitar o nome de uma orquídea no Google e clicar em imagens. Certamente aparecerão, além da planta correta, inúmeras orquídeas erradas. Acredito que um dos grandes malefícios desta nossa nova forma de interagir com o mundo é que qualquer um é uma fonte de informação, seja esta correta ou não. Aí temos a terceira dica de hoje:

DICA 3: pesquise suas dúvidas na Internet, mas tenha em mente que nem tudo é o que parece. Procure fontes de informação confiáveis!

Por pior que possa parecer, ainda pode piorar! Além da Internet fornecer informações erradas “meio sem querer”, ainda existem aqueles que se aproveitam da ingenuidade das pessoas para ganhar dinheiro. Conheço casos clássicos de vendedores de plantas no Facebook que nunca entregaram plantas. Outros, vendem plantas coletadas de nossas matas (isso é errado sim, clique aqui e saiba mais). Mas, para mim, nada supera a baixaria que alguns vendedores cometem ao vender sementes de orquídeas em sites como o Mercado Livre. Nem vou falar muito sobre este assunto, já escrevi um post inteiro sobre isto (clique aqui e leia mais sobre os pilantras da Internet) e todos os dias vejo pessoas sendo enganadas por estes salafrários. Neste ponto temos a quarta dica:

DICA 4: tenha certeza do que está comprando. Procure fornecedores confiáveis!

Infelizmente o mundo está repleto de pessoas inescrupulosas. Apenas tome cuidado para não caiu em golpes. Sempre procure informações e referências das pessoas com as quais estiver negociando. Nunca deposite na conta da pessoa, sempre opte por utilizar um meio de pagamento intermediário, como Mercado Pago ou PayPal. Mesmo que você pague um pouco a mais, você sempre estará seguro e respaldado pela empresa.

Revistas

Infelizmente o atual momento das revistas sobre orquidofilia aqui no Brasil não é muito legal. Muitas revistas estão deixando de circular e outras tantas não tem muita qualidade para oferecer um conteúdo aceitável aos seus leitores. Por este motivo, não vou escrever muito sobre o assunto, mas você pode conferir mais no meu post sobre as revistas sobre orquidofilia no Brasil clicando aqui. A dica é:

Dica 5: Fique sempre de olho em revistas sobre o tema.

Por mais que não tenham a mesma qualidade de um livro, elas possuem o dinamismo que o livro não tem, normalmente carregando informações mais atuais e matérias interessantes sobre cultivo, habitats e exposições. No momento, recomendo fortemente a revista da AOSP. Clique aqui para conhecê-la.

Círculo de amizades

Considero que um hobby não é completo se não podermos compartilhar nossas alegrias, frustrações e dúvidas com outras pessoas de mesmo interesse. Ao longo dos anos fiz muitos amigos ligados à orquidofilia, que conheci nos mais diversos lugares: exposições, feiras, palestras, lojas, internet e por aí vai. A grande vantagem de vivermos em uma época digital é a facilidade que temos para achar pessoas que até então eram inacessíveis. Por exemplo, não é incomum conversarmos com grandes referências do meio orquidófilo através do Facebook e marcar um encontro em alguma exposição para trocar uma ideia pessoalmente. As pessoas se tornaram mais acessíveis neste era digital e as de nosso hobby, pelo menos em sua maioria, não são mesquinhas e adoram trocar experiências.

DICA 6: Cultive amizades além das orquídeas.

As amizades só ajudam nosso crescimento. Além de conhecimento, amigos verdadeiros trocam mudas de plantas e sempre estão disponíveis a ajudar se precisarmos de algo. Portanto, cultive amizades!

Associações

Associações são bons lugares para você conhecer pessoas ligadas ao meio orquidófilo. As associações realizam reuniões, normalmente semanais, onde os frequentadores compartilham informações, mostram as orquídeas floridas do momento, promovem palestras sobre cultivo, enfim, uma série de atividades que inserem você no mundo da orquidofilia mais facilmente.

Claro que nem tudo são flores. Em muitas associações existem pessoas ligadas ao comércio e/ou alguns dos membros não sabem lidar com pessoas, muitas vezes por se acharem melhor do que os outros. Isto acaba causando desavenças. Por isto, minha dica é:

DICA 7: Visite a associação orquidófila de sua região e analise se aquele ambiente e as pessoas que ali frequentam são benéficas à você e ao seu hobby.

Aconteceu comigo, pode acontecer com você: não frequento a associação de minha região porque alguns dos responsáveis pelo local foram desrespeitosos e desonestos comigo, então acabei optando por evitar este tipo de conflito em minha vida. Claro que este é um caso específico, pois conheço associações muito bacanas (que infelizmente não são muito próximas daqui).

Orquidários

Normalmente, os comerciantes locais são um bom termômetro de quão desenvolvido é o hobby em sua região. Se a variedade de plantas dos orquidários locais for significativamente alta, você está com sorte, pois sua coleção conseguirá prosperar para além do que chamamos de “orquídeas de mercado”, como os híbridos de Cattleya, Phalenopss e alguns Oncidium.

Eu, por exemplo, por gostar de algumas espécies da região do Equador (algumas espécies Dracula e Pleurothallis), converso muito com o pessoal aqui de Curitiba, mas também de outras regiões do Brasil. Apenas alguns orquidários conseguem importar este tipo de planta, portanto tenho que ficar antenado sempre que uma aparece disponível. O resultado de amizades assim é poder ter em sua coleção algumas das plantas abaixo:

Por isto, minha dica é:

DICA 8: conheça as pessoas dos orquidários de sua região e dos melhores orquidários online.

Estas pessoas irão te ajudar com sua coleção e também são uma importante fonte de informações e dicas de cultivo. Eu converso periodicamente com os mais próximos, visitando seus orquidários ou até, de vez em quando, recebendo-os em minha casa – o que é divertido, pois os mais dedicados já saem colocando nomes nas minhas plantas sem nome ou replantando aquelas que precisam.

Enfim, você certamente irá aprender bastante. Além do aprendizado, você terá acesso à plantas diferentes e muitas vezes receberá bons presentes deles.

Exposições

Por fim, as exposições. Adoro ir às exposições porque é outra excelente oportunidade de conversar com orquidófilos e comerciantes de outras localidades. Além disto, é uma boa fonte de produtos e plantas diferentes que, apesar do preço um pouco mais elevado, compensam por sua raridade no mercado. As maiores ainda oferecem cursos e sorteiam plantas e insumos. Por fim, é uma terapia visual que vale muito, nem que seja só para apreciar a beleza das flores ali expostas.

DICA 9: visite as exposições de sua região.

E, se possível, visite as maiores exposições do Brasil, como a de Rio Claro, Rio de Janeiro, São Paulo e a grandiosa Festa das Flores de Joinville.

Conclusão

Com estas dicas você certamente irá crescer no hobby sem muitos problemas e terá uma bela coleção de orquídeas em casa. Mas lembre sempre da minha dica número 10, a mais importante:

DICA 10: Seja humilde. Não sabemos tudo, a vida é um constante aprendizado.

Abraços!

O fascinante mundo dos Bulbophyllum

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Bulbophyllum (abreviação Bulb.) é o maior gênero de orquídeas. Com predominância nas Américas (na faixa tropical), África e Ásia. Somente em Papua Nova Guiné ocorrem mais de 500 espécies. Existem cerca de 2500 a 3000 espécies registradas, fora centenas de híbridos criados pelo homem.

São em sua maioria são epífitas, isto é, vegetam em arvores para se desenvolverem sem tirar nutrientes da mesma. Os Bulbophyllum brasileiros vegetam em sua maioria como epífitas e rupicolas, ou seja, vegetam em rochas (veja o artigo sobre orquídeas epífitas clicando aqui e sobre orquídeas rupícolas clicando aqui).

Origem do nome

A palavra Bulbophyllum procede da latinização das palavras gregas: βολβος, que significa “bulbo”, “tubérculo”, “raiz carnuda”; e φύλλον, que significa “folha”, aludindo à forma bulbosa das folhas da primeira planta descrita, que tinha folhas grossas. O termo foi criado em 1822 por Thouars.

Quem foi Thouars?

Louis-Marie Aubert Du Petit-Thouars que foi um grande botânico francês. Nasceu em Boumois dia 5 de novembro de 1758 e faleceu em Paris dia 11 de maio de 1831.

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Louis-Marie Aubert Du Petit-Thouars
  • Thouars veio de uma família aristocrática da região de Anjou (ou Anju – uma antiga província francesa correspondendo à atual região de Maine-et-Loire). Cresceu no “Castelo de Boumois“, perto de Saumur;
  • Em 1792, após uma prisão de dois anos durante a revolução francesa, ele foi para o exílio em Madagascar e ilhas vizinhas. Ele recolheu muitos espécimes em Madagáscar, Maurício (em francês, Mauritius, país a leste de Madagascar), e nas ilhas Reunião (em francês, îles de la Réunion) – grato pela correção, Marina. Dez anos mais tarde, volta para França, com 2.000 plantas. Grande parte de sua coleção foi para o Museu de Paris, enquanto algumas estavam em Kew (Royal Botanic Gardens, Kew Reino Unido – Inglaterra);
  • Em 10 de abril de 1820 foi eleito membro da Académie des Sciences;
  • Ele foi um pioneiro em botânica com trabalhos e descrevendo as orquídeas da região: 52 espécies provenientes da Mauritânia e 55 de La Réunion;
  • No ano de 1822 é lançado o livro Histoire Particulière des Plantes Orchidées, abreviado Hist. Orchid., onde é descrito o Phyllorkis thouars (atualmente Bulbophyllum nutans).
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Bulbophyllum nutans – fonte: orchidspecies.com
Bulbophyllum nutans – fonte: orchidspecies.com

Como reconhecer um Bulbophyllum?

  1. Bulbos ovoides, alguns raramente achatados, outros cilíndricos;
  2. Frequentemente apresentam rizoma bastante longo crescendo de forma desordenada com bulbos bem espaçados;
  3. Seu aspecto é bastante desarrumado e muitas espécies apresentam crescimento cespitoso (termo botânico que se refere ao modo como algumas plantas crescem lançando novos brotos ou caules de maneira aglomerada, geralmente formando uma touceira ou espesso tapete);
  4. Em geral são unifoliadas, saindo folhas na base superior do bulbo. Existem bifoliadas e ainda folhas teres (cilíndricas), Ex.: Bulbophyllum rupiculum;
  5. As flores tem o labelo móvel, que se movimenta com qualquer brisa, assim facilitando a polinização principalmente em flores menores.
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Bulbophyllum rupiculum

Dimensões

Há uma grande variação de cor, tamanho e na forma das flores e das plantas. As folhas de alguns Bulbophyllum podem medir apenas alguns centímetros, como o Bulbophyllum moniliforme.

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Bulbophyllum moniliforme

Já outros podem apresentar folhas com mais de um metro como o Bulbophyllum fletcherianum.

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Bulbophyllum fletcherianum

A dimensão das flores varia de milímetros à 40 centímetros. Em algumas espécies, a flor é solitária. Em outras, a haste floral tem forma de uma mini espiga. Por fim, há aquelas cuja haste termina em forma de “leque”.

Seções

Devido a grande quantidade de espécies que o gênero abriga, os Bulbophyllum são divididos em 78 seções. Cada seção abriga grupo de Bulbophyllum com características similares para facilitar o seu estudo e entender melhor a grande riqueza de variedades que existe.

Sestochilus

A seção Sestochilus é uma das mais chamativas e discutidas das seções. Neste grupo os Bulbophyllum têm bulbos de bom porte em rizomas rastejantes de uma folha por bulbo e quase sempre uma flor, raramente duas ou três por inflorescência. Alguns exemplos:

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Bulbophyllum lobbii – Foto e cultivo: Marcelo Invernizzi
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Bulbophyllum coweniorum
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Bulbophyllum uniflorum – foto e cultivo: Marcelo Invernizzi

Cirrhopetalioides

A seção Cirrhopetalioides apresenta plantas com uma folha por bulbo. Suas flores são unidas a um ponto central de sua haste lembrando um guarda chuva ou um leque. Por exemplo:

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Bulbophyllum longissimum
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Bulbophyllum lepidum
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Bulbophyllum medusae

Megaclinium

Na seção Megaclinium, a haste floral lembra uma vagem ou até mesmo a forma espiral do modelo usado para representar a forma do DNA. Por exemplo:

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Bulbophyllum falcatum – foto da internet
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Bulbophyllum purpureorachis – foto da internet

Aroma

Outra característica marcante dos Bulbophyllum quando floridos é o odor de carne putrefata. A razão disto é simples: sobrevivência. As mal cheirosas, como o Bulbophyllum basisetum, Bulbophyllum phalaenopsis, Bulbophyllum echinolabium, habitam locais onde não existem pássaros ou insetos como abelhas polinizá-las. Para se multiplicarem, a solução encontrada pela natureza foi desenvolver um odor que atraíssem moscas que se alimentam de carne morta.

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Bulbophyllum echinolabium
orquideas-eco-br-bulbophyllum-phalaenopsis
Bulbophyllum phalaenopsis
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Bulbophyllum basisetum – foto da intenet

Embora sejam poucos, existem os inodoros, como o Bulbophyllum crassipes.

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Bulbophyllum crassipes

Por fim, há os perfumados, como o Bulbophyllum lilacinum e seu agradável aroma de maçã, o Bulbophyllum ambrosea com cheiro de mel, o Bulbophyllum elassonotum com o aroma de de azeite e o híbrido Bulbophyllum Kalimpongum, com perfume de bagaço de cana.

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Bulbophyllum Kalimpongum
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Bulbophyllum lilacinum
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Bulbophyllum ambrosia
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Bulbophyllum elassonotum

Híbridos

A produção de híbridos artificiais de orquídeas vem ocorrendo há mais de um século. Estima-se que sejam hoje mais de cem mil híbridos. A Royal Horticultural Society é responsável pelo registro oficial de híbridos, no entanto, a produção doméstica e por pequenos produtores locais é bastante grande e só pequena parte destes híbridos caseiros é registrada, de modo que o número total de híbridos já produzidos pelo homem permanecerá sempre apenas uma suposição. De acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas, os híbridos de espécies de um mesmo gênero são sempre classificados com nomes pertencentes ao mesmo gênero – Roberto Martins.

Existem cerca de 200 Bulbophyllum híbridos registrados. Alguns deles podem florescer inúmeras vezes no mesmo ano. Alguns exemplos:

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Bulbophyllum Sunshine Queen ‘Orange’ (mastersianum x corolliferum)
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Bulbophyllum Cindy Dukes (rothschildianum x putidum)
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Bulbophyllum Emily Siegerist (Elizabeth Ann x lasiochilum)
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Bulbophyllum Fascination (fascinator x longissimum)
orquideas-eco-br-bulbophyllum-guttulatum-x-rothschildianum
(guttulatum x rothschildianum)
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Bulbulbophyllum Krairit Vejvarut (longissimum x phalaenopsis) – foto e cultivo: Marcelo Invernizzi
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Bulbophyllum Louis Sander (longissimum x ornatissimum)
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Bulbophyllum Meen Garuda (lasiochilum x echinolabium)
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Bulbophyllum Nudda (longissimum x putidum)
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Bulbophyllum S. y N. Ignis Draconis = Dragão de Fogo (Emily Siegerist x putidum) Hibrido registrado em 2014 na Argentina – foto da internet

No próximo artigo da série sobre Bulbophyllum, compartilharei com vocês algumas dicas de cultivo. Abraços!

A história das orquídeas

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Este artigo é um compilado de vários textos, contando um pouco da história e dos encantos das orquídeas.

A palavra orquídea tem origem no vocábulo grego “orkhis“, que significa testículo. Tal palavra parece referir-se à Orchis morio, uma orquídea que ainda pode ser vista naquela região. O nome da família, Orchidaceae, foi assim estabelecido pelo fato das primeiras espécies conhecidas possuírem duas pequenas túberas (espécie de calo) gêmeas, que na visão dos povos que as descobriram sugeriam os testículos humanos. Essa família é a maior e mais diversificada de todo o universo das plantas florais, com mais de 25 mil espécies observadas até agora. A cada ano, cerca de 300 novas espécies são acrescentadas à esta lista, e alguns cientistas estimam que mais de cinco mil novas orquídeas ainda não foram descobertas. Mais de 100 mil orquídeas híbridas já foram cultivadas por especialistas em floricultura.

Supõe-se que a história da cultura das orquídeas tenha começado no extremo oriente, sobretudo no Japão e na China, há cerca de 4000 anos, e tem fascinado os homens desde então. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições. E, por muito tempo, a ciência acreditava que todos os seus segredos haviam sido revelados.

Entretanto, novas descobertas sugerem que as orquídeas surgiram quando os dinossauros ainda percorriam a superfície do planeta, ou seja, muito antes do que se acreditava. Uma investigação na República Dominicana revelou, perfeitamente preservados, no interior de uma pedra de âmbar (parece coisa do filme Jurassic Park), grãos do pólen de uma orquídea grudados nas asas de uma abelha datada de 20 milhões de anos. Até então, os botânicos especializados em história das plantas eram obrigados a basear os seus cálculos em alguns poucos exemplares fossilizados na tentativa de detectar a origem dessas plantas, mas esta descoberta indicou que as orquídeas surgiram em tempos muito remotos. Mais alguns vestígios fósseis foram encontrados, datando do período entre o Jurássico, da era Mesozoica (de 195 a 136 milhões de anos), e o período Cenozoico (64 milhões de anos).

Sua relação com a humanidade iniciou, obviamente, muito depois. A relação homem orquídea teve início, provavelmente, na costa do Mar Mediterrâneo, onde Orchis e Ophrys são nativas ou, então, na China, com o Homem de Pequim.

Há cerca de 4 mil anos, a palavra “lan“, que significa orquídea em chinês, foi citada pelo imperador chinês Sheng Nung, ao dar alguns conselhos sobre o uso do Dendobrium com finalidade medicinal. Não se sabe ao certo quando ela passou a ser cultivada pelo homem e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou apenas medicinais. O célebre filósofo Confúcio (551 a 479 a.C.) também faz algumas referências às orquídeas em poemas, principalmente ao seu perfume. Confúcio cultivava orquídeas em casa e disse certa vez que “ligar-se a uma pessoa superior é como entrar em um jardim de orquídeas”.

O primeiro registro no ocidente encontra-se no Enquiry Into Plants (Pesquisa sobre Plantas), pelo filósofo e naturalista grego escrito por Teofrasto, discípulo de Aristóteles, cerca de 300 a.C. Teofrasto é considerado o pai da Botânica. Teofrasto usa a palavra “orchis” para denominar certas espécies. “Orkhis” é a palavra grega para testículos e, apesar dele ter sido o primeiro a mencioná-las, possivelmente não foi o primeiro a observar a semelhança entre as raízes de certas orquídeas terrestres, que vegetam sobretudo nas zonas temperadas da Europa, e os testículos. Ainda hoje, estas espécies são conhecidas pelo mesmo nome: Orchis maculata, simia, mascula, spectabilis e dele derivou o nome de toda família: “Orchidaceae”. Naquela época, as pessoas acreditavam que esses “tubérculos” existentes nas orquídeas locais tinham poderes afrodisíacos e então os usavam na alimentação.

Após a obra de Teofrasto, apareceu uma obra intitulada “De Matéria Médica”, escrita entre 50 e 70 d.C., onde o autor, um médico grego de nome Pedanius Dioscorides e que serviu como cirurgião do exército romano, reuniu informações sobre 500 plantas ditas medicinais, entre as quais se incluíram duas “orchis” – orquídeas. Dioscorides era especializado em botânica medicinal, e usava as orquídeas no tratamento de problemas sexuais. Esta obra foi um referencial da área até a Idade Média.

No século III, um manuscrito chinês de botânica menciona duas espécies que hoje são conhecidas como Cymbidium ensifolium e Dendrobium moniliforme. Desde então, a palavra chinesa para orquídea “lan” já aparece no herbário chinês. Em outros livros chineses, datados de 290 a 370 de nossa era, há referências diretas às orquídeas. Apesar das inúmeras citações também feitas aos gêneros Vanda e Dendrobium, o Cymbidium foi sempre o mais citado dos três. Mais tarde, durante a Dinastia Sung (960 à 1279), apareceram alguns trabalhos dissertando sobre as orquidáceas, abrangendo os mais diversos aspectos dessas plantas.

Antes dos espanhóis conquistarem o México, a fruta de “Tlilxochitl”, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as “Coatzontecomaxochitl”, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola. Antigas inscrições astecas falam de como a fava da Vanilla era usada pelos seus ancestrais para perfumar a bebida feita a partir do cacau. Os Maias também a utilizavam, e as chamavam de “sisbic”.

Os colonizadores espanhóis foram responsáveis pela introdução da utilização da fava de Vanilla – baunilha – na Europa. Em 1552, no “Manuscrito de Badianus”, pela primeira vez na literatura do Ocidente foi mencionada uma orquídea originária do novo mundo, a Vanilla. Este primeiro estudo sobre a flora da América do Sul. informava que ela era usada como especiaria, como perfume e sob a forma de poção, indicada para se ter uma boa saúde.

A descoberta de novos mundos, durante a Grande Era da Navegação, levou outros gêneros de orquídeas, principalmente epífitas até então desconhecidas, a fazer parte do universo europeu, que só conhecia as “orchis” terrestres. A primeira a alcançar a Europa foi a Bletia verecunda, oriunda das Bahamas, em 1731. Esta floresceu em 1732, na Inglaterra. Tratava-se de uma orquídea nativa, descoberta nas Índias Ocidentais. Outros indicam como sendo a Brassavola nodosa, no século XVII, na Holanda. No século XVIII, foram introduzidas na Europa várias espécies trazidas da China e das Antilhas e em 1794, 17 espécies estrangeiras já eram cultivadas no Jardim Botânico Real de Kew, na Inglaterra.

Em 1735, o famoso botânico sueco Lineu (Linnaeus, ou Carl von Liné), no seu trabalho “Species Plantarum”, começou a estabelecer a primeira classificação das plantas usando um nome genérico seguido de um nome específico, empregando então pela primeira vez a palavra Orchis para designar um gênero de orquídeas, e citando 62 espécies diferentes nesse seu trabalho. Mais tarde Jussieu usou esse nome para designar toda a família Orchidaceae.

Em 1805, Robert Brown descobriu que as orquídeas tropicais eram epífitas, mas a crença de que elas seriam parasitas persistiu por muito tempo e ainda hoje muitas pessoas continuam acreditando nisto. Só a partir de 1818, o cultivo da orquídea começou a ser realmente difundido na Europa, quando William Cattley conseguiu fazer florir uma Cattleya labiata cujos bulbos chegaram até ele entre as folhagens que foram usadas para embalar um carregamento de plantas vindas do Brasil. A planta, batizada em homenagem ao botânico que a descobriu, foi o ponto de partida para uma verdadeira mania de caça a espécies ainda mais exóticas. Missões eram enviadas aos trópicos para buscarem orquídeas para um público ávido de consumí-las. Muitos habitats foram destruídos para que o preço delas não baixassem e para que a espécie colhida ficasse cada vez mais rara. Muitas orquídeas morriam no transporte pois não se fazia a menor de idéia de como elas deveriam ser transportadas nem como deveriam ser cultivadas. No mesmo século, alguns cultivadores passaram a se interessar em obter informações dos viajantes coletores de plantas sobre o habitat das orquídeas para, a partir daí, começarem a desenvolver uma técnica de cultivo mais adequada às espécies epífitas. Joseph Paxton, jardineiro de 7º Duc de Devonshire, estimulado por John Lindley e baseado nestas informações melhorou as condições de ventilação, rega e umidade. Em 1830, ele foi o primeiro a utilizar estufas separadas para espécies de climas diferentes.

Em 1830, John Lindley, botânico e taxonomista, fez a primeira classificação das orquídeas. Ele escreveu diversos livros sobre plantas mas foram seus trabalhos sobre orquídeas que mais lhe renderam fama, sobretudo “O gênero e espécies das plantas orquidáceas”. Ele deixou um livro inacabado mas que é ainda assim considerado um clássico da botânica, “Folia Orchidacea”. Além disto, ele é o responsável pelo estabelecimento de mais de 350 orquídeas brasileiras, ou seja, mais que 10% de todas as nossas espécies conhecidas até os dias de hoje. Darwin, em 1862, publicou “The Various Contrivances by which Orchids are fertilized by Insects”. Foi a primeira contribuição essencial para o conhecimento e compreensão das estratégias empregadas na propagação das espécies. A partir deste momento, cientistas, botânicos, jardineiros e coletores de plantas seus nomes ligados a estas plantas, como por exemplo:

  • John Lindley (Gênero: Lindleyella, Neolindleyella, Espécies: Barkeria lindleyana, Cattleyopsis lindleyana, Maxillaria lindleyana, Epindendrum Lindleyanum, Odontoglossum lindleyanum, Sobralia lindleyanum, Bulbophyllum lindleyanum);
  • Loddiges (Catlleya loddigesii);
  • Skninner (Cattleya skinneri);
  • Gould (Laelia gouldiana);
  • Sander (Vanda sanderiana, Paphiopedilum sanderiana).

Através dos anos, muitas pessoas eruditas participaram da classificação e da denominação do crescente número de orquídeas trazidas; de regiões tropicais, deixando-nos um legado de realizações substanciais. O cultivo de novas variedades teve início na última metade do século XIX, proporcionando um rápido avanço e produzindo uma infinidade de tipos. O critério de registro da Royal Hortícultural Society tem-se mantido até a presente data, conservando um padrão inigualável no mundo da floricultura.

Talvez pelo fato das plantas ocuparem um lugar importante no estilo de vida inglês e ser a Inglaterra, por esta razão, um país cheio de jardins, foi lá que se deu o grande interesse por estas belíssimas e até então desconhecidas orquídeas. Durante este século, a Inglaterra permaneceu como sendo o principal país importador, seguida da Holanda e da Bélgica.

No século XIX, tomou-se mais fácil importar orquídeas dos trópicos, e o progresso na fabricação de vidros facilitou a construção de estufas. As pessoas de alto poder aquisitivo e a aristocracia sentiram-se motivadas a cultivá-las, a ponto de competir na coleta de espécimes raros e bonitos. Embora aristocratas e eruditos tenham organizado expedições por regiões tropicais ainda inexploradas à procura das flores, a maior contribuição veio de coletores contratados por negociantes de orquídeas. Essas pessoas solitárias trabalhavam meses ou anos, arriscando suas vidas. Embora as recompensas fossem substanciais, caso encontrassem espécimes raros, muitos deles se deparavam com um trágico destino, após uma longa e solitária viagem. A Skinner (Skinneri) é uma das muitas plantas cujos nomes foram mantidos através dos séculos para homenagear coletores de orquídeas. Ainda no mesmo século, o checo Benedict Roezl deu a volta ao mundo para coletar mais de 800 espécies de orquídeas. Hoje, cerca de 40 plantas trazem o seu nome. Mais ou menos na mesma época, o botânico inglês John Day devotou toda a sua vida às plantas, criando uma série de mais de 50 álbuns contendo cerca de três mil belíssimos e bem detalhados desenhos e aquarelas.

Em 1906, foi publicado o volume III da “Flora Brasiliensis”, a primeira grande obra dedicada exclusivamente às orquídeas brasileiras e inclui descrição das plantas e apresentação de desenhos. A coleção de 40 volumes foi iniciada por Von Martius, e diversos cientistas trabalharam em sua conclusão. Coube a Cogniaux completar o estudo sobre as orquídeas, que contou com a colaboração de Barbosa Rodrigues, que cedeu seus desenhos e aquarelas. Barbosa Rodrigues (1842-1909), além de ter sido um importante botânico e respeitabilíssimo diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, deixou um legado muitas obras científicas nos mais diferentes campos (arqueologia, entomologia, zoologia, botânica e história) e também aquarelas e desenhos onde ele aliava o rigor científico a um agudo senso artístico. Os originais de suas aquarelas, recuperados pela Universidade da Basiléia, Suíça, foram publicados em 2 volumes – “Iconographie des Orchidées du Brésil” – depois de 6 anos de pesquisas, de trabalho e de longas negociações diplomáticas. São 380 aquarelas documentando 700 espécies de orquídeas e que ficaram praticamente inéditas durante 100 anos.

Em 1921, foi fundada nos Estados Unidos uma sociedade orquidófila chamada American Orchid Society (AOS), que passou a congregar a orquidofilia americana. Com o decorrer dos anos, ela se estendeu e passou a ter força mundial. Hoje temos espalhados pelo mundo uma infinidade de sociedades orquidófilas, que de certa forma se reportam a centralização da AOS. Houve então, um grande incremento no cultivo de híbridos, principalmente com a descoberta da cultura assimbiótica, por Knudson, em 1922, que foi divulgada no Congresso Internacional de Ciências Botânicas, reunido em Ithaca, em 1926, sob o título “Physiological investigations on Orchid seed germination”.

Hoje, as espécies estão voltando a ter o seu lugar nas coleções de orquídeas. Os híbridos são mais explorados pelos estabelecimentos comerciais, para corte de flores e aluguel de plantas. O mercado amador sofreu uma profunda mudança, porque, grande parte dos orquidófilos já produzem suas próprias plantas.

A evolução da propagação

Até o fim do século XIX, a germinação das sementes das orquídeas era um mistério. Em 1899, um biólogo francês, de nome Noël Bernard, examinando umas plântulas no microscópio, percebeu, com surpresa, a presença de filamentos envolvendo suas raízes: um fungo, identificado mais tarde, como Rhizoctonia. A partir de suas observações publicou-se diversos estudos descrevendo a natureza e o papel desempenhado pela associação orquídea-fungo na germinação das sementes. Seu trabalho, resultado de 10 anos de pesquisa, foi publicado em 1909 e explicava a associação entre as orquídeas e o fungo (micorriza). Foi um grande revolução na cultura das orquídeas e seu trabalho abriu caminhos para novos estudos.

O alemão Hans Burgell prosseguiu com os estudos e elaborou um outro método também utilizando a cultura de fungo para fazer germinar as sementes. Mas em 1922, a fórmula de Lewis Knudson (cientista americano) suplantou todas as outras. Utilizando uma gelatina estéril contendo sais minerais e açúcares, podia-se reproduzir em laboratório os mesmos efeitos do tal fungo, possibilitando a germinação. Outras soluções foram desenvolvidas, algumas bastantes eficazes mas a maior parte é baseada no método de Knudson.

Com a Primeira Guerra Mundial, devido à carência de combustível para manter as estufas, muitas coleções foram perdidas. Nas Américas, inclusive nos Estados Unidos, onde não ocorreu esta carência, o interesse pela orquídea foi despertado e diversos viveiros foram criados em todos os continentes sobretudo nas áreas tropicais. Houve grande progresso na hibridização de orquídeas que passaram a ser cultivadas em maior escala.

Em 1960, Professor George Morel, outro botânico francês, descobriu uma maneira de obter centenas de espécies idênticas a partir de uma só planta mãe, através da cultura meristêmica, sem haver necessidade de recorrer à germinação da semente. Trata-se de um método difícil que necessita de muitos equipamentos e só pode ser executado em laboratório. Obtêm-se mudas a partir da cultura do meristema ou mesmo de uma ponta da folha. Meristema é um tecido vegetal cujas células se multiplicam de forma rápida e intensa, é uma bolinha de aproximadamente 1 milímetro de diâmetro, localizada no interior da gema.

Referências

  • wikipedia.org
  • delfinadearaujo.com
  • orquidario.org
  • revistaplaneta.com.br
  • damianus.bmd.br

Abraços!

Como eu faço as plaquinhas de identificação das minhas orquídeas

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Aproveitando as perguntas que recebi recentemente sobre como faço as plaquinhas de identificação de minhas orquídeas, eis um vídeo mostrando o que uso e como faço.

Materiais necessários:

  • Rotuladora;
  • Abraçadeira;
  • Tesoura.

Com isto, você terá uma plaquinha de identificação duradoura, resistente ao tempo, Sol e chuva, além de ser muito mais legível do que uma escrita à mão.

Também escrevi há algum tempo atrás um artigo sobre isto, que você pode ler aqui!

Abração!

O longo caminho entre a semente e a flor da orquídea

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Imagine que você está em uma loja e vê aquela linda orquídea. Após muito contemplar, não resiste, e a leva para casa. Duas semanas depois, a flor se vai. No dia seguinte, o vaso com a orquídea esta na lata do lixo.

Como assim lixo? Quem faria isso com uma orquídea? Pois é, muito ainda acham que orquídeas são plantas simples e que depois da flor ela simplesmente acaba. Já contei aqui no site de plantas que achei em latas de lixo (Paphiopedilum leeanum – o fruto de um resgate) e, por mais incrível que pareça, isto é muito comum.

As pessoas que fazem isto talvez não entendam a complexidade que envolve o cultivo de uma orquídea até o estágio em que ela esteja pronta para a venda. É bem diferente de outras plantas comerciais que, superficialmente falando, é plantar uma semente e esperar algumas semanas para a flor aparecer. Antes de mais nada, a semente da orquídea é uma coisa muito complicada e específica. Seu tamanho e características fazem com que ela necessite de condições muito específicas para que sejam capazes de brotar e se desenvolver, como visto no artigo “Orquídeas e seus frutos e sementes – não se deixe enganar!“. Na natureza, é necessária a presença de um fungo chamado micorriza de onde as sementes extraem seu alimento até que sejam capazes de realizar fotossíntese. Em laboratório, alguns compostos simulam este alimento e as sementes conseguem se desenvolver. E não é apenas isto, os passos seguintes são complexos e demorados, ilustrados no passo a passo abaixo:

orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (1)
Milhões de sementes de orquídea – recém saídas da cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (2)
Semeadura in vitro através de meio de cultura artificial
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (3)
Primeiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (4)
Segundo repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (5)
Terceiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (6)
Quarto repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (7)
Replante em bandejas – quando a muda atinge um tamanho satisfatório, ela pode ser movida para as bandejas
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (8)
Vaso pequeno – quando a orquídea atinge o tamanho e desenvolvimento ideal para ser movida isoladamente em um vaso
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (9)
Vaso médio – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (10)
Vaso definitivo – quando a muda atinge o tamanho de venda, é movida para o vaso definitivo
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (11)
Orquídea em flor
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (12)
Orquídea fecundada – gerando as sementes em sua cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (13)
Outras cápsulas de semente – Cymbidium

Quanto tempo todo este processo demora? Acredite ou não, no caso acima, a primeira flor chega lá pelos 4 ou 5 anos. Aqueles que descartam as orquídeas depois da florada realmente deveriam conhecer toda esta magia e compreender a complexidade e o investimento que é necessário para que a planta estive florida ali para deleite de todos.

Talvez eles valorizassem estas plantas como nós, você leitor e eu, valorizamos, ao ponto de conhecer mais, cultivá-las e dedicar nosso tempo e carinho para que elas estejam sempre floridas e bem cuidadas.

Referência

As fotos foram tiradas na última exposição da RF Orquídeas, em Campo Largo. O Rogério sempre coloca esta linha do tempo das orquídeas para os visitantes conhecerem e desta vez lembrei de fotografar e mostrar para vocês.

  • rforquideas.com.br

Abraços!

O nascer de uma orquídea

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Sei que muitos amigos que acessam este site ainda não tiveram a experiência de ver como uma orquídea nasce e se desenvolve. Aquilo que vemos nas prateleiras das lojas é o resultado de um longo processo, que normalmente começa anos antes.

Uma simples Cattleya híbrida, tão comum nos pontos de venda, leva cerca de cinco anos para chegar à sua primeira floração e, logicamente, ser exposta para venda.

Talvez em função de não conhecer isto, muitas vezes as pessoas não entendem porque determinadas plantas são tão caras e aí acontece o erro, quando optam por comprar plantas de origem ilegal ou duvidosa.

Bom, o objetivo deste post não é falar sobre a ilegalidade na compra de espécies nativas coletas em nossas matas. Para tal, aconselho a leitura deste artigo (clique aqui). As consequências da coleta ilegal podem ser vistas neste artigo (clique aqui). Por fim, caso você queira evitar este tipo de comércio, saiba como identificar uma orquídea proveniente de nossas matas lendo este artigo (clique aqui).

Hoje, o objetivo é ser breve e mostrar a simplicidade e a beleza de algo que é incomum em nossas casas: a germinação de uma orquídea ao natural. Talvez você até tenha visto aqueles frascos com inúmeras mudas de orquídeas, hoje muito vendidos em grupos espalhados pelo Facebook, mas já viu uma germinando espontaneamente em, por exemplo, algum vaso em sua casa? Se não, veja a foto abaixo:

Germinação in natura
Germinação in natura

A beleza deste momento fica mais intensa se considerarmos que as sementes das orquídeas são muito pequenas e desprovidas de qualquer reserva nutritiva na natureza. Assim, para germinarem, dependem da associação de fungos micorrízicos, sendo que para cada grupo de orquídeas as espécie do fungo varia. E o resultado é este:

orquideas.eco.br - germinando uma orquídea (1)
Detalhe para a nova raiz, timidamente saindo da base.
orquideas.eco.br - germinando uma orquídea (8)
Esta está um pouco maior, aproveitando bem a madeira velha
orquideas.eco.br - germinando uma orquídea (3)
Outro ângulo da anterior.

Quem dera fosse mais fácil germinar estas maravilhas. Em tempo: não se deixe enganar pelas sementes vendidas por aí. Elas não são o que parecem. Clique aqui e leia o artigo onde mostro estas falcatruas e instrua seus amigos para que ninguém mais caia neste tipo de golpe.

Referência

  • Orquídeas Sem Mistério

Abraços!

Orquídeas ameaçadas de extinção no Brasil

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orquideas.eco.br - 1043 - Laelia jongheana

Estou sempre falando das questões ambientais que envolvem adquirir e manter uma orquídea. No último post, que você pode ler clicando aqui, falei sobre como identificar as orquídeas provenientes da extração ilegal em nossas matas e florestas. Antes, já falei sobre as consequências legais e naturais das coletas ilegais, que você pode ler clicando aqui, e também falei um pouco sobre as orquídeas e seus ambientes naturais, que você também pode ler clicando aqui.

Infelizmente, apesar de leis (se são cumpridas é outra história) e, principalmente, apesar de sermos seres dotados de inteligência, ainda existe em grande escala a extração indiscriminada e ilegal de várias espécies das nossas matas e florestas. A prova disto é o constante fluxo de pessoas que vejo, seja nas redes sociais, seja aqui mesmo no site, que buscam como ter e manter este tipo de plantas.

Novamente, prefiro acreditar que a maioria das vezes é por falta de informação. Se este é o seu caso, leia os posts acima. Se ainda não está convencido, saiba que muitas estão correndo um sério risco de serem extintas. Para ajudar a entender o tamanho do problema, eis a listagem mais atualizada que achei das espécies de orquídeas ameaçadas de extinção em território nacional:

Lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção – Orchidaceae

Clique aqui para ver o documento original da Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014, do Ministério do Meio Ambiente, que reconhece as espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.

Para facilitar, eis a listagem:

Espécie Risco
Acianthera adiri (Brade) Pridgeon & M.W.Chase CR
Acianthera heringeri (Hoehne) F.Barros CR
Acianthera langeana (Kraenzl.) Pridgeon & M.W.Chase EN
Acianthera papillosa (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase VU
Adamantinia miltonioides van den Berg & C.N.Gonç. CR
AlatiglossumCRoesus (Rchb.f.) Baptista CR
Anathallis colnagoi (Pabst) F.Barros & L.Guimarães CR
Anathallis gehrtii (Hoehne & Schltr.) F.Barros VU
Anathallis pabstii (Garay) Pridgeon & M.W.Chase EN
Anathallis tigridens (Loefgr.) F.Barros & Barberena VU
Baptistonia kautskyi (Pabst) Chiron & V.P.Castro EN
Baptistonia truncata (Pabst) Chiron & V.P.Castro CR
Barbosella trilobata Pabst EN
Bifrenaria silvana V.P.Castro CR
Bifrenaria wittigii (Rchb.f.) Hoehne EN
Bipinnula biplumata (L.f.) Rchb.f. CR
Bipinnula penicillata (Rchb.f.) Cisternas & Salazar EN
Brachionidium restrepioides (Hoehne) Pabst VU
Brachystele camporum (Lindl.) Schltr. VU
BrasilaeliaCRispa (Lindl.) Campacci VU
Brasilaelia grandis (Lindl. & Paxton) Gutfreund VU
Brasilaelia lobata (Lindl.) Gutfreund EN
Brasilaelia perrinii (Lindl.) Campacci VU
Brasilaelia purpurata (Lindl. & Paxton) Campacci VU
Brasilaelia tenebrosa (Rolfe) Campacci EN
Brasilaelia xanthina (Lindl.) Campacci EN
Brasilidium marshallianum (Rchb.f.) Campacci CR
Brasilidium pectorale (Lindl.) Campacci CR
Brasiliorchis schunkeana (Campacci & Kautsky) R.B.Singer et al. EN
Brassia arachnoidea Barb.Rodr. VU
Bulbophyllum arianeae Fraga & E.C.Smidt CR
Bulbophyllum boudetianum Fraga EN
Bulbophyllum kautskyi Toscano VU
Campylocentrum pernambucense Hoehne EN
Catasetum mattosianum Bicalho EN
Cattleya aclandiae Lindl. VU
Cattleya dormaniana Rchb.f. EN
Cattleya granulosa Lindl. VU
Cattleya guttata Lindl. VU
Cattleya harrisoniana Batem. ex Lindl. VU
Cattleya intermedia Grah. VU
Cattleya labiata Lindl. VU
Cattleya porphyroglossa Linden & Rchb.f. CR
Cattleya schilleriana Rchb.f. EN
Cattleya schofieldiana Rchb.f. CR
Cattleya tenuis Campacci & Vedovello EN
Cattleya tigrina A.Rich. VU
Cattleya velutina Rchb.f. VU
Cattleya walkeriana Gardner VU
Cattleya warneri T.Moore VU
Centroglossa castellensis Brade CR
Chloraea membranacea Lindl. EN
Cirrhaea fuscolutea Lindl. EN
Cirrhaea loddigesii Lindl. CR
Cirrhaea longiracemosa Hoehne VU
Cleistes aphylla (Barb.Rodr.) Hoehne EN
Codonorchis canisioi Mansf. CR
Constantia cipoensis Porto & Brade CR
Coppensia macronyx (Rchb.f.) F.Barros & V.T.Rodrigues VU
Coppensia majevskyi (Toscano & V.P.Castro) Campacci EN
Cyclopogon dutrae Schltr. EN
Cycnoches pentadactylum Lindl. EN
Cyrtopodium caiapoense L.C.Menezes VU
Cyrtopodium hatschbachii Pabst EN
Cyrtopodium lamellaticallosum J.A.N.Bat. & Bianch. CR
Cyrtopodium latifolium Bianch. & J.A.N.Bat. CR
Cyrtopodium linearifolium J.A.N.Batista & Bianchetti CR
Cyrtopodium lissochiloides Hoehne & Schltr. VU
Cyrtopodium palmifrons Rchb.f. & Warm. VU
Cyrtopodium poecilum var. roseum Bianch. & J.A.N.Bat. EN
Cyrtopodium triste Rchb.f. & Warm. VU
Dichaea mosenii Cogn. VU
Dryadella auriculigera (Rchb.f.) Luer CR
Dryadella lilliputiana (Cogn.) Luer VU
Dryadella susanae (Pabst) Luer CR
Dungsia harpophylla (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro VU
Dungsia kautskyi (Pabst) Chiron & V.P.Castro CR
Encyclia bragancae Ruschi EN
Epidendrum addae Pabst VU
Epidendrum ecostatum Pabst VU
Epidendrum henschenii Barb.Rodr. EN
Epidendrum robustum Cogn. VU
Epidendrum zappii Pabst EN
Grandiphyllum divaricatum (Lindl.) Docha Neto VU
Grandiphyllum hians (Lindl.) Docha Neto VU
Grobya cipoensis F.Barros & Lourenço CR
Grobya fascifera Rchb.f. VU
Habenaria achalensis Kraenzl. VU
Habenaria brachyplectron Hoehne & Schltr. CR
Habenaria ernestulei Hoehne EN
Habenaria galeandriformis Hoehne CR
Habenaria itaculumia Garay CR
Habenaria novaesii Edwall & Hoehne CR
Habenaria piraquarensis Hoehne EN
Hadrolaelia alaori (Brieger & Bicalho) Chiron & V.P.Castro CR
Hadrolaelia brevipedunculata (Cogn.) Chiron & V.P.Castro VU
Hadrolaelia jongheana (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro EN
Hadrolaelia pumila (Hook.) Chiron & V.P.Castro VU
Hadrolaelia pygmaea (Pabst) Chiron & V.P.Castro EN
Hadrolaelia sincorana (Schltr.) Chiron & V.P.Castro EN
Hadrolaelia wittigiana (Barb.Rodr.) Chiron & V.P.Castro EN
Hoehneella heloisae Ruschi CR
Hoffmannseggella briegeri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron EN
Hoffmannseggella caulescens (Lindl.) H.G.Jones EN
Hoffmannseggella endsfeldzii (Pabst) V.P.Castro & Chiron CR
Hoffmannseggella ghillanyi (Pabst) H.G.Jones EN
Hoffmannseggella gloedeniana (Hoehne) Chiron & V.P.Castro CR
Hoffmannseggella kautskyana V.P.Castro & Chiron CR
Hoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron CR
Hoffmannseggella mixta (Hoehne) Chiron & V.P.Castro EN
Hoffmannseggella munchowiana (F.E.L.Miranda) V.P.Castro & Chiron CR
Houlletia brocklehurstiana Lindl. EN
Isabelia virginalis Barb.Rodr. VU
Lophiaris schwambachiae (V.P.Castro & Toscano) Braem VU
Malaxis jaraguae (Hoehne & Schltr.) Pabst VU
Masdevallia discoidea Luer & Würstle CR
Miltonia kayasimae Pabst CR
Myoxanthus ruschii Fraga & L.Kollmann CR
Myoxanthus seidelii (Pabst) Luer CR
Neogardneria murrayana (Gardner ex Hook.) Schltr. EN
Notylia microchila Cogn. EN
Octomeria alexandri Schltr. EN
Octomeria chamaeleptotes Rchb.f. VU
Octomeria geraensis Barb.Rodr. VU
Octomeria hatschbachii Schltr. VU
Octomeria hoehnei Schltr. EN
Octomeria lichenicola Barb.Rodr. EN
Octomeria truncicola Barb.Rodr. VU
Octomeria wawrae Rchb.f. EN
Octomeria wilsoniana Hoehne CR
Pabstia jugosa (Lindl.) Garay EN
Pabstia schunkiana V.P.Castro CR
Pabstiella bacillaris (Pabst) Luer EN
Pabstiella carinifera (Barb.Rodr.) Luer VU
Pabstiella castellensis (Brade) Luer CR
Pabstiella conspersa (Hoehne) Luer EN
Pabstiella garayi (Pabst) Luer CR
Pabstiella lingua (Lindl.) Luer EN
Pabstiella ruschii (Hoehne) Luer CR
Phragmipedium vittatum (Vell.) Rolfe VU
Phymatidium geiselii Ruschi EN
Phymatidium glaziovii Toscano VU
Phymatidium vogelii Pabst VU
Polystachya rupicola Brade CR
Pseudolaelia brejetubensis M.Frey CR
Pseudolaelia canaanensis (Ruschi) F.Barros VU
Pseudolaelia cipoensis Pabst CR
Pseudolaelia citrina Pabst EN
Pseudolaelia dutrae Ruschi VU
Pteroglossa hilariana (Cogn.) Garay EN
Rauhiella silvana Toscano EN
Sarcoglottis alexandri Schltr. ex Mansf. EN
Saundersia mirabilis Rchb.f. EN
Saundersia paniculata Brade VU
Scuticaria irwiniana Pabst EN
Scuticaria itirapinensis Pabst CR
Scuticaria kautskyi Pabst CR
Scuticaria strictifolia Hoehne EN
Specklinia gomesferreirae (Pabst) Luer CR
Stigmatosema hatschbachii (Pabst) Garay CR
Thelyschista ghillanyi (Pabst) Garay VU
Thysanoglossa jordanensis Porto & Brade EN
Trichopilia santoslimae Brade CR
Vanilla dietschiana Edwall VU
Vanilla dubia Hoehne EN
Zygopetalum pabstii Toscano EN
Zygostates kuhlmannii Brade EN
Zygostates linearisepala (Senghas) Toscano CR

Legenda: Extintas na Natureza (EW), Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU)

Referências

  • ibama.gov.br
  • orquidecampos

Abraços!

Orquídeas provenientes de coleta: como identificar

0

Se você gosta de orquídeas e as tem em sua casa, certamente já ouviu falar, presenciou ou até comprou plantas oriundas de coletas ilegais nas matas.

Inevitavelmente todos nós acabamos passando por isto, conscientemente ou não, pois muitas vezes confiamos em vendedores e não sabemos a real procedência da planta. Enfim, se você se preocupa com o meio ambiente, informação nunca é demais, então estou disponibilizando um material que há muito tempo tenho aqui guardado comigo e acho muito interessante: um guia de como identificar uma orquídea proveniente de coleta ou de cultivo.

Por que saber isto é importante? Simples, antes de mais nada, clique aqui e leia meu artigo sobre as consequências legais e naturais das coletas ilegais.

Se quiser ver um pouco sobre as orquídeas e seus ambientes naturais, além de um pouco mais sobre a discussão sobre a ilegalidade de coletas e afins, clique aqui!

Se você clicou no link acima e leu o artigo, agora está ciente das consequências legais e ecológicas da coleta de orquídeas em nossas matas. Com estas informações, poderá analisar e tomar a decisão se irá ou não contribuir com esta prática ilegal. Se sua opção for evitar orquídeas coletadas ilegalmente em nossas matas, é hora de saber identificá-las, clicando no link abaixo (é um arquivo no formato PDF gerado pelo IBAMA):

Guia Ilustrado - orquídeas cultivadas X coletadas

Sinceramente, espero que aqueles que dispuseram de alguns minutos para analisar todo material aqui apresentado e foram sensibilizados de alguma forma, passem a serem disseminadores desta tipo de informação. A Natureza agradece.

Referência

  • Ministério do Meio Ambiente

Abraços!

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